Michael Burry no lançamento do filme "A Grande Aposta" (Astrid Stawiarz / Correspondente/Getty Images)
Gabriel Rubinsteinn
Publicado em 27 de junho de 2022 às 13h06.
Warren Buffet e Bill Gates são dois dos mais famosos detratores do mercado cripto - e também dos que mais verbalizam suas desconfianças. Mas eles não são os únicos. Recentemente, uma série de investidores famosos comentou sobre a queda das criptomoedas e levantou questionamentos sobre o setor.
Mesmo com o crescimento do mercado cripto e o aumento da adoção da tecnologia blockchain por diversas indústrias e grandes empresas do mundo todo, o setor ainda sofre com desconfiança de muita gente. Com a queda nos preços do bitcoin e outros criptoativos nos últimos meses, o grupo cresceu e o volume de suas vozes aumentou.
Michael Burry, que ficou famoso por prever a crise econômica de 2008 e teve sua história contada no filme "A Grande Aposta", é um deles. O excêntrico investidor publicou - e depois apagou, como sempre faz - tweets criticando o bitcoin e os NFTs. As mensagens podem ser vistas no perfil "Burry Archive", que publica e armazena imagens das publicações originais.
"Nós temos certeza que o bitcoin não é só mais um ativo de risco no [índice] Nasdaq 100?", escreveu, acompanhado de uma imagem do gráfico que demonstra a correlação muito próxima entre o preço do bitcoin e do Nasdaq 100, que reúne as cem maiores empresas de tecnologia listadas na bolsa norte-americana.
No dia seguinte, voltou a falar sobre cripto quando relacionou uma declaração recente de Tom Siebel à uma série de grandes crises econômicas. "Eu não acho que isso vai acabar até que todos jurem que nunca terão um NFT, nunca terão criptomoedas e nunca terão uma ação de tecnologia", disse Tom Siebel, bilionário que é CEO da C3.AI, em uma conferência da Barrons. "Tal era o sinal em 2002, 1932 e 1974", completou Burry, nas redes sociais.
Não foi a primeira vez que ele se manifestou negativamente sobre o assunto. Antes, já tinha chamado os NFTs de "feijões mágicos sem nenhum valor" e afirmado que o bitcoin não era nada além de "uma bolha especulativa".
Paul Krugman, que ganhou o Nobel de Economia em 2008, utilizou sua coluna no jornal "The New York Times" recentemente para criticar o mercado cripto e a queda de preços que tem afetado o setor.
"Se você, como eu, acredita que [o mercado] cripto é em grande parte um esquema Ponzi, este pode ser aquele momento que o esquema fica sem novos trouxas", escreveu, fazendo referência ao esquema de pirâmide que depende da entrada constante de novos investidores.
No início do mês, ele já tinha utilizado o mesmo espaço para comparar o rápido crescimento do mercado cripto com a bolha imobiliária dos EUA, dizendo que, na época, a maioria dos americanos não acreditava que o preço dos imóveis estava inflacionado, assim como os entusiastas de cripto não enxergam que seus ativos digitais podem não ter valor.
A posição anti-cripto, claro, está longe de ser unanimidade entre grandes investidores, mesmo entre gigantes de Wall Street. Ray Dalio, Stan Druckenmiller, Cathie Wood e grandes empresas do mercado financeiro tradicional já se renderam ao setor, tanto como tecnologia emergente, quanto como um veículo de investimento.
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