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Criptomoedas reagem bem a sinais do Fed e bitcoin mantém movimento de alta

Mercado manteve otimismo em relação ao fim do ciclo de alta de juros nos Estados Unidos, favorecendo ativos de risco

Decisões de juros do Federal Reserve têm influenciado no preço do bitcoin e de outras criptomoedas (Getty/Getty Images)

Decisões de juros do Federal Reserve têm influenciado no preço do bitcoin e de outras criptomoedas (Getty/Getty Images)

O mercado de criptomoedas reagiu positivamente nas primeiras horas após o anúncio do Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos, de que decidiu elevar a taxa de juro do país em 0,25 ponto percentual, para o intervalo entre 4,5% e 4,75%. O bitcoin, principal ativo do setor, manteve um movimento de recuperação iniciado em janeiro e subia 1,7%, a US$ 23.508, nas últimas 24 horas, de acordo com o CoinGecko.

A decisão do Fed já era esperada pelo mercado e foi o grande catalisador da recuperação recente das criptomoedas e outros ativos de riscos, com as apostas em um aumento menor de juros ganhando forças após os dados de inflação de dezembro divulgados nos EUA. Além do mercado cripto, as ações americanas também reagiram positivamente, com ganhos em índices como o Nasdaq e o S&P 500.

Alexandre Ludolf, diretor de investimentos da QR Asset, avalia que a decisão de subir os juros em uma magnitude menor que em outras reuniões foi uma "boa notícia" e gerou uma reação positiva no mercado, já que deu mais suporte para os ativos de riscos, como o bitcoin.

O mais importante para o mercado cripto, afirma, é que o Fed confirme a expectativa de que vai parar o processo de alta de juros em breve. Dados do CME Group apontam que mais da metade dos investidores aposta que isso ocorrerá em maio, após uma nova alta de 0,25 p.p. em março. O movimento é "uma das condições muito importantes para que o mercado de ativos de risco tenha uma performance melhor".

Além da decisão do Fed, o mercado também acompanhou de perto o discurso do presidente da autarquia, Jerome Powell. Ao longo do pronunciamento, o bitcoin e as criptomoedas chegaram a alternar entre perdas e ganhos maiores, e se firmaram em um patamar positivo. Dados do CoinGecko mostram um ganho de capitalização de mercado de 1,2% nas últimas 24 horas considerando todos os criptoativos.

Powell destacou que agora é possível dizer que os Estados Unidos entraram em um processo de desinflação — uma sinalização positiva para quem espera um fim do ciclo de juros em breve —, mas destacou que "o trabalho não acabou", com previsão de novas altas que serão avaliadas "reunião a reunião" dependendo dos dados. Ele também não descartou a possibilidade dos juros terminarem o ciclo abaixo de 5%, mas que isso dependerá dos dados.

Para Tasso Lago, gestor de fundos privados em criptomoedas e fundador da Financial Move, as sinalizações foram "bem vistas pelo mercado, deu um ânimo". "No momento, estamos perto do teto [dos juros], que tende a ser de 5% a 5,4%, então estamos bem perto do platô, dos juros estabilizarem, e isso anima o mercado no geral".

"Powell também disse que não vai cortar juros em 2023 mesmo que a economia responda positivamente, então isso ocorrerá em 2024. Com isso, há uma tendência das bolsas irem se animando mais ao longo do ano. É um cenário positivo para a renda variável", destaca Lago.

Ele avalia que o fato das movimentações do Federal Reserve terem ocorrido "dentro do esperado" ajudou a manter o otimismo entre os investidores, sendo uma boa notícia para a renda variável e se tornando motivo suficiente para que ativos como o bitcoin mantenham um movimento de alta.

Já Ayron Ferreira, analista-chefe da Titanium Asset, opina que as falas de Powell tiveram um tom mais duro, e que a inflação ainda segue elevada e o mercado de trabalho aquecido, dois fatores que movem o Fed a continuar o ciclo de alta de juros. "O mercado parece não ter se intimidado com os sinais hawkish [duros] do discurso e subiu nos momentos seguintes", pondera.

Lendel Lucas, co-CEO da iVi Technologies, considera que a reação positiva do mercado veio após a declaração de Powell que reconheceu o impacto positivo contra a inflação das altas de juros, um reconhecimento de possível "soft landing" — reduzir a inflação sem necessariamente levar os EUA a uma recessão — e uma expectativa de dois aumentos nas próximas reuniões com pausa nas altas e cortes em 2024.

"Isso é bem positivo porque havia uma incerteza do mercado se ele viria com um tom mais agressivo. A expectativa é muito positiva para os ativos de risco como o bitcoin, e espero que até o final de fevereiro fique entre US$ 25 mil e US$ 30 mil e continue a retomada do bull market [mercado de alta]", diz Lucas.

Até o momento, o bitcoin acumula uma alta de quase 40% em 2023. A criptomoeda teve o melhor desempenho no mês de janeiro desde 2013, e também registrou a primeira sequência de quatro semanas de valorização desde agosto de 2021.

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