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Criptomoedas em “queda livre”: o que está acontecendo no mercado?

Mercado de criptomoedas enfrenta forte queda após desdobramentos macroeconômicos que envolvem a queda do mercado japonês e a escalada de tensões no Oriente Médio

 (envato/Reprodução)

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Mariana Maria Silva
Mariana Maria Silva

Repórter do Future of Money

Publicado em 5 de agosto de 2024 às 10h01.

Última atualização em 5 de agosto de 2024 às 10h10.

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Desde o último final de semana, o bitcoin e as criptomoedas apresentam forte queda. Acompanhando um movimento global, a classe de ativos digitais amarga perdas após desdobramentos macroeconômicos que envolvem a queda do mercado japonês e a escalada de tensões no Oriente Médio.

No momento, o bitcoin é cotado a US$ 50.334 com queda de mais de 17,4% nas últimas 24 horas, de acordo com dados do CoinMarketCap. A queda foi tão forte que apagou boa parte dos ganhos da principal criptomoeda este ano. Se antes o bitcoin acumulava alta de 60% desde o início de 2024, agora este número caiu para 20%.

O ether, criptomoeda nativa da rede Ethereum, acumula perdas ainda maiores nas últimas 24 horas. Cotado a US$ 2.242, o ether caiu 23% no período.

Richard Teng, CEO da corretora de criptomoedas Binance, fez uma publicação no X afirmando não acreditar que o movimento de queda atual possa se estender no longo prazo.

“As recentes quedas acentuadas nos preços das criptomoedas e das ações são influenciadas por fatores macroeconômicos. Não acreditamos que seja indicativo de uma tendência negativa de longo prazo. Com potenciais cortes nas taxas de juros do Fed e volatilidade geopolítica, ainda há um potencial significativo para flutuações de mercado”, disse ele nesta segunda-feira, 5.

Por que as criptomoedas despencaram?

José Artur Ribeiro, CEO da Coinext, explicou que na última semana já havia uma sinalização de movimento de queda para o bitcoin “antes mesmo dos recentes desdobramentos no mercado financeiro global”.

“O aumento das taxas de juros pelo Banco do Japão, que surpreendeu ao adotar uma postura mais restritiva, provocou uma valorização do iene e uma queda acentuada no índice Nikkei, que despencou cerca de 15% em três dias e teve seu "circuit breaker" ativado. Esses eventos refletiram diretamente no mercado de criptomoedas, já que o aumento das taxas de juros impacta diretamente na liquidez global e na disposição dos investidores em assumir riscos”, explicou José Artur Ribeiro.

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“Eventos geopolíticos como tensões no Oriente Médio, protestos no Reino Unido e questões na Venezuela, embora significantes, ainda são considerados de menor impacto quando comparados com a situação macroeconômica mais ampla. Esses eventos têm potencial para influenciar os mercados, mas até o momento, seus efeitos foram relativamente limitados em comparação com as questões econômicas globais”, acrescentou.

“O bitcoin, sendo um mercado que opera continuamente, respondeu de maneira imediata neste domingo a essas mudanças, servindo como um termômetro inicial para a liquidez global. O bitcoin pode sofrer com a fuga de liquidez, mas é improvável que vejamos uma queda muito mais acentuada no ativo daqui para frente, com os investidores já antecipando e reagindo a negatividades potenciais”, concluiu o especialista.

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Queda atual é oportunidade de compra?

Apesar da queda acentuada e a incerteza macroeconômica, o movimento atual de queda pode proporcionar oportunidades de compra para investidores, de acordo com José Artur Ribeiro, da Coinext.

“Para os investidores que olham para o longo prazo, portanto, momentos de queda como este podem representar oportunidades para adquirir criptomoedas a preços mais baixos, especialmente com o influxo previsto de investimentos para o Ethereum devido ao lançamento de novos ETFs”, disse ele.

O especialista mencionou a expectativa de um ciclo de cortes na taxa de juros dos EUA para setembro, que ainda pode favorecer o bitcoin e as criptomoedas. Na última semana, um especialista do BTG afirmou que o corte é "questão de tempo" e as criptomoedas teriam um movimento de alta.

“Finalmente, aconselha-se cautela aos investidores neste período volátil. A abordagem prudente seria realizar compras graduais, monitorando de perto os desenvolvimentos do mercado e ajustando as estratégias conforme necessário para mitigar riscos e aproveitar as oportunidades emergentes", acrescentou.

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