Redação Exame
Publicado em 6 de setembro de 2024 às 18h13.
O Citi divulgou um relatório nesta sexta-feira, 6, em que afirma que a correlação entre o mercado de criptomoedas e o de ações deverá se prolongar no curto prazo. O motivo é o cenário desfavorável para o setor cripto e um foco dos investidores na situação macroeconômica dos Estados Unidos.
Analistas do banco destacaram que tanto os ETFs de bitcoin quanto de ether registraram fluxos de saída de investimentos nos últimos dias, mostrando uma baixa demanda pelos ativos entre os investidores. E outras métricas também confirmam esse cenário.
"Os ETFs têm registrado fluxos negativos, a atividade em blockchains caiu ou estagnou e a diferença entre os preços no mercado futuro e à vista permanece muito baixa", destacou o banco. Em geral, uma classe de ativos tem um cenário positivo quando os preços no mercado de futuros estão acima do mercado à vista, indicando otimismo.
Mas o cenário atual para as criptomoedas não é esse. Na visão do Citi, a "fraqueza" do mercado cripto resulta em uma vulnerabilidade maior ao cenário macroeconômico global, em especial dos Estados Unidos. E essa frente não tem trazido muito otimismo para os investidores.
Apesar da tendência do Federal Reserve iniciar um ciclo de cortes de juros, o mercado agora teme uma possível recessão nos Estados Unidos, cujo efeito poderia ser muito maior que o dos cortes. Por isso, a aversão a risco ganhou espaço entre investidores, prejudicando diversos ativos.
Nesse cenário, o Citi espera que as criptomoedas mantenham uma forte correlação com as ações, outra classe de ativos que tradicionalmente também é prejudicada por um cenário de aversão a riscos.
A visão compartilhada pelo Citi é semelhante à do JPMorgan, que também publicou um relatório nesta semana afirmando que o mercado cripto está sem um "catalisador" próprio de alta no curto prazo, resultando em uma alternância entre quedas e lateralidade nos preços.
"No geral, continuamos vendo o ecossistema de criptomoedas carente de grandes catalisadores de preço e, portanto, esperamos que os tokens cripto e os preços dos ativos sejam cada vez mais sensíveis a fatores macroeconômicos", explicaram os analistas do JPMorgan.