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Talibã proíbe uso de criptomoedas no Afeganistão

O banco central do Afeganistão impôs uma proibição de escala nacional ao uso de criptomoedas neste mês

 (Jirapong Manustrong/Getty Images)

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Bloomberg

Publicado em 28 de agosto de 2022 às 19h00.

O banco central do Afeganistão impôs uma proibição de escala nacional ao uso de criptomoedas neste mês e o regime do Talibã prendeu vários negociantes que desafiaram as ordens de parar de negociar tokens digitais, de acordo com um funcionário de alto escalão da polícia.

A repressão ocorre depois que alguns afegãos recorreram às criptomoedas para preservar seu patrimônio e mantê-lo fora do alcance do Talibã. A criptomoeda se tornou uma maneira popular de movimentar dinheiro para dentro e para fora do país, que está desligado do sistema bancário global devido a sanções impostas ao grupo militante.

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Enquanto países como Singapura e EUA estão intensificando as regulamentações de criptomoedas após um crash do mercado que levou à perda de cerca de US$ 2 trilhões e à falência de várias empresas de alto perfil, proibições definitivas são muito mais raras. O Afeganistão agora se junta à China, que declarou todas as transações de criptomoedas ilegais em setembro de 2021.

“O banco central nos deu uma ordem para impedir todos os cambistas, indivíduos, e empresários de negociar moedas digitais fraudulentas como o que é comumente referido por bitcoin”, disse Sayed Shah Saadaat, chefe de investigações criminais da sede da polícia em Herat, por telefone.

Saadaat disse que 13 pessoas foram presas, a maioria das quais foi libertada sob fiança, enquanto mais de 20 empresas relacionadas a criptomoedas foram fechadas em Herat, a terceira maior cidade do Afeganistão e um centro de negociação de tokens digitais. Quatro das seis corretoras de criptomoedas no Afeganistão estão localizadas na cidade, a cerca de 121 quilômetros da fronteira iraniana.

Um relatório do ano passado da empresa de pesquisa de blockchain Chainalysis classificou o Afeganistão como um dos 20 principais países do mundo em termos de adesão às criptomoedas. Os resultados foram ponderados pela paridade do poder de compra per capita, que favorece as nações mais pobres.

O Talibã disse, em fevereiro, que estudaria se os tokens digitais poderiam ser permitidos sob as práticas financeiras islâmicas, já que estão analisando todas as opções para reaquecer a economia, que entrou em colapso após a retirada confusa das forças armadas americanas no ano passado, abrindo caminho para que o Talibã assumisse o controle.

Alguns estudiosos religiosos há muito previam que o Talibã acabaria banindo a criptomoeda porque é considerada “haram”, ou proibida aos muçulmanos, pois tem elementos de apostas e incerteza. No entanto, outros países de maioria muçulmana adotaram uma abordagem mais branda. Os Emirados Árabes Unidos permitem o comércio de criptomoedas na zona franca de Dubai, enquanto o Bahrein apoia ativos digitais desde 2019.

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