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Se ocupar o lugar do ouro, bitcoin pode chegar a US$ 146 mil, diz JPMorgan

Analistas do JPMorgan divulgam previsão otimista para o bitcoin no longo prazo, mas fazem ressalva quanto aos riscos da alta acelerada

Sede do JPMorgan  (Mike Segar/File Photo/Reuters)

Sede do JPMorgan (Mike Segar/File Photo/Reuters)

GR

Gabriel Rubinsteinn

Publicado em 5 de janeiro de 2021 às 15h05.

Apesar de ter subido quase 400% em 2020, o bitcoin ainda tem muito espaço para crescer. É isso que afirmam analistas do banco JPMorgan, em artigo publicado pela Bloomberg, no qual citam que os ganhos podem ser substanciais no longo prazo, à medida que o ativo digital comece a ocupar o espaço do ouro em investimentos institucionais.

Os especialistas do banco, liderados por Nikolaos Panigirtzoglou, dizem que, caso o bitcoin seja bem-sucedido como alternativa ao ouro, poderia valer quase cinco vezes o seu preço atual.

A conta é simples: se atualmente a capitalização de mercado do bitcoin é de cerca de 575 bilhões de dólares, ela precisaria crescer 4,6 vezes para chegar ao market cap do ouro (fundos, barras e moedas, sem contar reservas não-exploradas). Se isso acontecer, o preço também é multiplicado, chegando ao valor de 146 mil dólares — atualmente, o criptoativo é negociado por volta de 32 mil dólares.

Panigirtzoglou e sua equipe, entretanto, fazem a ressalva de que essa perspectiva depende da diminuição da volatilidade do bitcoin para patamares semelhantes à do ouro, o que poderia alavancar ainda mais os investimentos institucionais no ativo digital — processo que está começando mas, segundo os analistas do JPMorgan, ainda levará um bom tempo:

"A eliminação do ouro como moeda 'alternativa' implicaria em grandes vantagens para o bitcoin a longo prazo", escreveram os estrategistas, acrescentando, no entanto, que "é improvável que uma convergência nas volatilidades do bitcoin e do ouro aconteça rapidamente e, em nossa mente, é um processo de vários anos. Isso implica que a meta de preço teórica do bitcoin acima de 146 mil dólares seja considerada uma meta de longo prazo e, portanto, uma meta de preço insustentável para este ano".

Mesmo com a alta acelerada e constante dos últimos meses, o bitcoin continua apresentando muita volatilidade — a prova mais recente disso foi a queda, em poucos minutos, de mais de 15% no preço do ativo na última segunda-feira (4), para se recuperar poucas horas depois.

Por isso, os analistas do JPMorgan vêem certa dificuldade para o ativo no curto prazo, devido principalmente a indicadores como o acúmulo de posições "compradas" no mercado especulativo e o aumento no número de carteiras com pequena quantidade do ativo, o que, segundo o banco, pode indicar uma bolha.

"O cenário de avaliação se tornou muito mais desafiador para o nitcoin neste início de novo", disseram os especialistas. "Embora não possamos excluir a possibilidade de que a atual mania especulativa se propague, empurrando o preço do bitcoin para a região de consenso entre 50 mil e 100 mil dólares, acreditamos que tais níveis de preços se provariam insustentáveis."

Deposi de começar 2020 valendo cerca de 7 mil dólares, o bitcoin fechou o ano perto de 30 mil, valor que foi superado nos primeiros dias de 2021, quando registrou sua máxima histórica, acima de 34.500 dólares. No mercado brasileiro, o ativo digital é negociado a 175 mil reais, valor mais de seis vezes maior do que os 28 mil reais de janeiro de 2020.

No curso "Decifrando as Criptomoedas" da EXAME Academy, Nicholas Sacchi, head de criptoativos da Exame, mergulha no universo de criptoativos, com o objetivo de desmistificar e trazer clareza sobre o funcionamento. O especialista usa como exemplo o jogo Monopoly para mostrar quem são as empresas que estão atentas a essa tecnologia, além de ensinar como comprar criptoativos. Confira.

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