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Ray Dalio diz ter criptomoedas: 'Prefiro o bitcoin aos títulos públicos'

Sócio-fundador da Bridgwater, Dalio diz que comprou bitcoin e prevê cenário favorável à criptomoeda com possível desvalorização do dólar

Sócio fundador da Bridgewater Associates, Ray Dalio.  (Kimberly White/Getty Images)

Sócio fundador da Bridgewater Associates, Ray Dalio. (Kimberly White/Getty Images)

GR

Gabriel Rubinsteinn

Publicado em 24 de maio de 2021 às 12h16.

Fundador da Bridgewater Associates, gestora que controla mais de 500 bilhões de reais em ativos, Ray Dalio falou nesta segunda-feira, 24, sobre as suas perspectivas para a economia global e afirmou não apenas possuir bitcoin, mas preferir a criptomoeda aos títulos públicos.

Conhecido como o maior gestor de fundo de hedge no mundo, Dalio, que já levantou dúvidas sobre o bitcoin e demonstrou ceticismo quanto à criptomoeda, parece ter mudado de opinião. Em entrevista no Consensus, evento sobre criptomoedas do site CoinDesk, afirmou: "Eu tenho um pouco de bitcoin".

Ray Dalio afirmou que o dólar deve sofrer sua maior desvalorização desde 1971 em um futuro próximo, e que a China ameaça a dominância da moeda norte-americana como moeda de reserva global. Diante deste cenário, o investidor acredita que o bitcoin, com suas propriedades semelhantes ao ouro, se torna mais atrativo como um veículo de economia. "[Em um cenário inflacionário] eu, pessoalmente, prefiro ter bitcoin do que títulos públicos", disse o lendário investidor.

Apesar de dizer que possui bitcoins e de ressaltar suas características como reserva de valor, Dalio reiterou a preocupação já demonstrada em outras oportunidades de que o crescimento do bitcoin em escala global possa fazer com que grandes economias tentem proibi-lo, como forma de evitar competição aos sistemas financeiros estatais: "O maior risco para o bitcoin é o seu sucesso".

Para o sócio-fundador da Bridgewater, as prováveis queda do dólar e ascensão do renminbi podem abrir espaço para que uma criptomoeda neutra como o bitcoin cumpra o papel que, nos séculos passados, coube ao ouro ou à prata, mas é preciso ponderar o risco de governos tentarem controlar o ativo digital, devido à ameaça que representa. "Quanto mais dinheiro vai para o bitcoin e não para o crédito, maior a ameaça aos governos”, disse. "A melhor moeda para os indivíduos não é a melhor para os governos".

Dalio também comentou sobre como, na história da humanidade, sempre houve moedas concorrentes e que, atualmente, como não é possível saber quais as vencedoras, "diversificar é o segredo", o que talvez explique o seu investimento em bitcoin.

Além disso, o investidor também falou sobre o impacto da tecnologia nas mudanças que devem ocorrer no futuro, em diferentes frentes, no mundo todo, devido aos contextos políticos e econômicos atuais: “O mundo vai mudar em um ritmo incrivelmente rápido”, disse Dalio. “Quem ganhar a corrida da tecnologia, vence tudo, econômica e militarmente. É sobre isso que serão os próximos cinco anos".

No curso "Decifrando as Criptomoedas" da EXAME Academy, Nicholas Sacchi, head de criptoativos da Exame, mergulha no universo de criptoativos, com o objetivo de desmistificar e trazer clareza sobre o funcionamento. Confira.

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