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Governo argentino exige dados de negociações em corretoras de criptomoedas

Corretoras com operação no país deverão fornecer dados de usuários e negociações realizadas em suas plataformas mensalmente ao governo

 (Ricardo Ceppi/Getty Images)

(Ricardo Ceppi/Getty Images)

Após alguns anos do aumento expressivo do uso de criptoativos na Argentina, em sua medida mais recente, o governo passou a exigir que todas as corretoras de criptomoedas do país forneçam mensalmente, relatórios com as informações de usuários e operações realizadas dentro de suas plataformas.

Com uma recessão econômica e uma alta taxa de inflação há décadas, os argentinos, que antes utilizavam o dólar para se proteger da forte desvalorização de sua moeda, passaram a enxergar nas criptomoedas um novo refúgio para suas economias. Apesar de uma série de políticas anti-criptoativos, que desencorajavam o uso do bitcoin e outros ativos digitais, a adoção continuou aumentando, fazendo com que o governo adotasse uma postura ainda mais rígida em relação ao tema.

Através do formulário 8126, a Administração Federal de Receitas Públicas (AFIP), a Receita Federal da Argentina, oficializou o seu novo regulamento, exigindo que as corretoras de criptomoedas estabelecidas no país forneçam uma série de dados mensalmente sobre seus usuários e transações em suas plataformas. Além dessas informações, as corretoras também devem apresentar a receita total e os saldos finais de todas as contas até o dia 15 de cada mês.

A nova medida da AFIP faz parte de uma série de políticas de controle de capital do governo argentino, que em 2020 impôs um limite de compra mensal de 200 dólares por cidadão.

Diante das limitações em relação à compra de dólares, além do bitcoin, os argentinos também têm adquirido grandes quantidades de uma stablecoin que tem como objetivo principal fornecer uma paridade com o dólar, a DAI.

Com o agravamento da crise econômica do país em 2020, o volume de negociações da DAI cresceram mais de 600% em solo argentino, demonstrando o grande aumento do interesse da população no ativo digital, que proporciona aos argentinos uma nova forma de reserva de valor, imune às políticas econômicas de seu governo.

No curso "Decifrando as Criptomoedas" da EXAME Academy, Nicholas Sacchi, head de criptoativos da Exame, mergulha no universo de criptoativos, com o objetivo de desmistificar e trazer clareza sobre o funcionamento. Confira.

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