Criptoativos

Ethereum vai superar bitcoin como reserva de valor, diz Goldman Sachs

Relatório da unidade de pesquisa do gigante de Wall Street questiona oferta limitada do bitcoin e diz que ether pode se tornar a principal reserva de valor digital

 (Yuriko Nakao/Getty Images)

(Yuriko Nakao/Getty Images)

GR

Gabriel Rubinsteinn

Publicado em 29 de maio de 2021 às 10h51.

Última atualização em 1 de junho de 2021 às 08h20.

Um relatório do Goldman Sachs Global Macro Research, unidade de pesquisa do gigante de Wall Street, prevê que o ether - a criptomoeda da rede Ethereum - vai superar o bitcoin como ativo digital de reserva de valor.

O relatório chamado "Crypto: A New Asset Class?" (ou "Cripto: Uma Nova Classe de Ativos?", em português), foi publicado pelo banco no último dia 21, mas veio à tona em uma sequência de mensagens de Santiago Roel Santos, da ParaFi Capital, que divulgou trechos do documento nas redes sociais.

"Dada a importância de casos de uso reais para determinar uma reserva de valor, [o ether] tem uma probalidade maior de superar o bitcoin como a reserva de valor digital dominante", diz trecho do relatório. "O ecossistema Ethereum suporta contratos inteligentes e oferece aos desenvolvedores uma nova de forma de criar aplicações inovadoras na sua plataforma. A maioria das aplicações de finanças descentralizadas (DeFi) são construídas na rede Ethereum e a maioria dos NFTs são negociados com ether. O maior número de transações com ether do que com bitcoin também reflete essa dominância".

O relatório também questiona algumas das características geralmente ditas sobre o bitcoin por aqueles que defendem que a maior criptomoeda do mundo é o melhor ativo digital de reserva de valor: "O principal argumento em favor do bitcoin como reserva de valor é sua oferta limitada. Mas é a demanda, não escassez, que leva ao sucesso as reservas de valor. Nenhuma outra reserva de valor tem oferta limitada. A oferta do ouro cresceu cerca de 2% ao ano por séculos, e ele continua sendo aceito como reserva de valor".

O texto ainda indica que a oferta limitada do bitcoin - que nunca terá mais do que 21 milhões de unidades em circulação - é, no entendimento dos especialistas do Goldman Sachs, um problema: "Na verdade, uma oferta fixa e limitada aumenta o risco de volatilidade de preços, pois incentiva comportamente de manada e força novos compradores a superar a oferta de quem possui o ativo, potencialmente criando bolhas financeiras".

"Para preservar o valor de um ativo, mais importante do que ter uma oferta limitada é ter um risco reduzido de aumentos dramáticos e imprevisíveis. O ether, cuja oferta total não é limitada, mas o crescimento da oferta anual sim, atende a este critério", finaliza o documento.

A análise foi publicada poucos dias após o "crash" do mercado de criptoativos registrado na última semana. Apesar da queda de preços, o ether continua com ganhos acumulados de mais de 230% no ano, negociado atualmente a 2.400 dólares. Já o bitcoin, cotado a 34.500 dólares, acumula apenas 17% de ganhos no ano.

No curso "Decifrando as Criptomoedas" da EXAME Academy, Nicholas Sacchi, mergulha no universo de criptoativos, com o objetivo de desmistificar e trazer clareza sobre o seu funcionamento. Confira.

Acompanhe tudo sobre:BitcoinCriptomoedasEXAME-no-InstagramGoldman Sachswall-street

Mais de Criptoativos

Trump anuncia NFTs colecionáveis de si mesmo

Criptomoedas: o que muda com a regulamentação das moedas virtuais aprovada pelo Congresso

Estado de Nova York proíbe 'mineração' de criptomoedas; entenda