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Especialistas prevêem "avalanche" institucional no mercado de criptoativos

Em debate promovido pelo Future of Money, especialistas falam sobre adoção institucional do mercado de criptoativos e mostram otimismo

 (Thomas Trutschel/Getty Images)

(Thomas Trutschel/Getty Images)

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Gabriel Rubinsteinn

Publicado em 31 de março de 2021 às 19h45.

Última atualização em 31 de março de 2021 às 20h40.

Especialistas em criptoativos que participaram do debate "A ascenção das criptomoedas no mercado financeiro", parte da programação do Future of Money, evento online da EXAME para discutir o futuro do dinheiro, mostraram otimismo sobre os investimentos institucionais no mercado de criptoativos, prevendo uma "avalanche" de novas empresas entrando neste mercado.

A previsão é otimista porque os investidores institucionais, que desde meados de 2020 começaram a falar publicamente sobre aportes no mercado cripto, são apontados como principal razão para a alta do bitcoin e do mercado de criptoativos de forma geral que é vivenciada desde então.

"Com a maturidade do mercado, a expansão da tecnologia e o avanço da regulação, chegamos a 2021 com grandes players se posicionando e a maioria das empresas tem em seus conselhos a ideia de manter cripto em sua tesouraria. Acredito que a partir do meio do ano teremos uma entrada maciça desses players no mercado. Acho que estamos caminhando para o mainstream e, para mim, 2021 é o ano das criptomoedas", disse Eduardo Carvalho, CEO da Dynasty.

"Gosto de fazer uma analogia com o surgimento e adoção da internet. Demora um pouco para passar dos primeiros adotantes para o público mainstream. Mas se a tecnologia realmente atende a uma demanda e resolve algum problema de fato, ela persiste. Como a internet persistiu à bolha de 2000, as cripto persistiram à bolha de 2017/2018, e provavelmente vão persistir às próximas também, porque a tecnologia é boa. E a partir do momento que as instituições começam a perceber que podem usar essas novas tecnologias para seus negócios, chegamos nesse movimento que vemos atualmente. As instituições estão começando a perceber o poder dessa tecnologia", comentou o head de digital assets do BTG Pactual, André Portilho.

O colunista da EXAME e criador do Blockchain@UCLA Lab, da Universidade da Califórnia, Alex Nascimento, apontou um momento que, para ele, mudou o futuro do mercado de criptoativos: "Nossa tese como empresa, muito embasada na visão da Universidade, era de que ou isso seria regulamentado e teria forte adoção por instituições financeiras como bancos e até venture capitals, ou continuaria sendo uma brincadeira de nerd. Quando a SEC jogou o martelo na indústria em 2017, houve uma guinada da indústria e começou uma adoção muito boa por instituições como BTG Pactual, Morgan Stanley, até o Goldman Sachs hoje", disse, citando a notícia de que o banco de investimentos vai oferecer produtos com bitcoin ainda em 2021.

Para David Lawant, research da Bitwise Asset Management, o movimento institucional no mercado de criptoativos começou muito antes de 2020: "Muitas das instituições que agora estão no mercado, não começaram a olhar para cripto no ano passado, mas há muito mais tempo. Gestoras como a Fidelity estão envolvidas com criptoativos desde 2013. Fundos de tecnologia e grandes investidores deste setor falam disso há muitos anos. É um processo que vem de muito tempo".

Ele também acredita que o movimento deve se intensificar no futuro: "De um ano para cá, mudou muita coisa. Um ambiente regulatório melhor, grandes empresas anunciando interesse, a entrada do PayPal que vejo como um divisor de águas... E aí a pergunta muda. Não é mais 'por que você está nisso?' Agora é 'por que você não está nisso?' O PayPal é uma empresa de meio trilhão de dólares, depois veio a Visa, causa um efeito de bola de neve e vamos ver cada vez mais, é uma tendência", disse Lawant.

Para André Portilho, entretanto, a adoção institucional poderia ser freada, no curto prazo, com a queda nos preços dos ativos digitais: "O bitcoin está no caminho de se tornar uma reserva de valor, mas ainda não é, ainda tem bastante volatilidade. Por isso, acho que o movimento de adoção institucional ainda depende muito do comportamento do mercado. Se continuar esse mercado pujante e forte, continuaremos vendo gente entrando, inclusive gente de fora desse grupo de empresas mais visionárias", afirmou.

Em 2021, a entrada de investidores institucionais levou o mercado de criptoativos a diversos recordes. Somadas todas as criptomoedas do mundo, o valor de mercado total superou os 2 trilhões de dólares pela primeira vez. Já o bitcoin registrou o preço mais alto de sua história e passou de 1 trilhão de dólares de capitalização de mercado.

As discussões sobre o futuro do dinheiro, promovidas pela EXAME nesta segunda edição do Future of Money, podem ser vistas no canal da EXAME Invest no YouTube, mas você também pode assistir à íntegra do debate sobre criptoativos no player abaixo:

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