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Em apenas uma hora, bitcoin quebra novo recorde, cai 8% e se recupera

Volatilidade do mercado de criptoativos chama a atenção após bitcoin quebrar novo recorde de preço no mercado internacional na manhã desta terça-feira

 (Olga Shevtsova / EyeEm/Getty Images)

(Olga Shevtsova / EyeEm/Getty Images)

GR

Gabriel Rubinsteinn

Publicado em 1 de dezembro de 2020 às 12h38.

Última atualização em 1 de dezembro de 2020 às 12h39.

A terça-feira (1) amanheceu agitada no mercado de criptoativos. Em um intervalo de pouco mais de uma hora, o bitcoin atingiu nova máxima histórica no mercado internacional, despencou 8%  e recuperou dois terços da perda.

Por volta das 10h30 da manhã (de Brasília), o maior ativo digital do mundo chegou à marca de 19.892 dólares, maior preço já registrado em dólares na história. Segundos depois, caiu cerca de 8% em menos de 10 minutos, chegando a ser cotado em 18.250 dólares, a mínima do dia até aqui. Em seguida, começou a se recuperar e, no momento da publicação, o ativo é negociado na faixa de 19.300 dólares.

"Como já mencionei em outros momentos, o desafio de rompimento dos 20 mil dólares não será uma tarefa fácil para o bitcoin e enquanto o mercado não tiver tração suficiente para superar esse nível de resistência, veremos movimentos de retração nos preços do ativo sempre que eles tocarem essa região", comentou Nicholas Sacchi, head de criptoativos da EXAME.

Além da importante resistência na faixa de preço dos 20 mil dólares, a queda repentina mostra que o mercado de criptoativos, apesar de todo seu desenvolvimento e amadurecimento nos últimos anos, ainda é incrivelmente volátil e sujeito à variações de preço que não são comuns em nenhuma outra classe de ativos.

"Os sucessivos testes da máxima histórica do bitcoin continuarão acontecendo. O movimento de alta é um reflexo das ações tomadas no decorrer dos últimos anos por instituições, como a adoção do ativo como parte integrante de suas estratégias de portfólio e também do profissionalização da indústria", completou Nicholas.

Para João Marco Cunha, gestor da Hashdex, o aumento da volatilidade é normal após uma alta como a apresentada pelo bitcoin em 2020, que subiu cerca de 185% no ano e quase 100% apenas nos últimos dois meses: "É normal presenciarmos um aumento de volatilidade após altas expressivas, como a que o bitcoin viveu desde outubro. Os investidores não querem sair enquanto o mercado ainda está subindo, mas ficam super atentos a qualquer sinal que possa indicar uma reversão na tendência para realizarem seus ganhos. Às vezes, vêm demais e reagem a fatos irrelevantes. Isso gera oscilação dos preços, seja nos mercados de criptoativos ou tradicionais", disse.

João Canhada, CEO da exchange brasileira Foxbit, tentou explicar os motivos para a volatilidade, citando as ordens de venda abertas quando o ativo atingiu o topo histórico mais uma vez: "Após atingir a máxima, muitos investidores realizaram lucro, visto que ninguém mais no planeta, independente do tempo que tenha comprado o bitcoin, estava no prejuízo. Muitas ordens foram realizadas. Porém, os fundamentos do bitcoin em um ano com todos os desafios da pandemia seguem sólidos, e essa recuperação só confirma o apetite dos investidores que consideram o preço justo e seguem comprando mesmo com o bitcoin ainda próximo ao seu preço máximo".

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"Quando se tem um marco no mercado como esse, o preço tende a oferecer uma certa resistência. Se conseguir segurar, o movimento de investidores institucionais, que está só começando, vai se fortalecer. Analisando as projeções de continuidade da política monetária dos bancos centrais de imprimir dinheiro, é de se esperar que esse movimento institucional continue e se intensifique. E isso vai dar sustentação pro preço por causa da escassez do bitcoin. À longo prazo, é uma conjunção de fatores muito poderosa", explicou Theodoro Fleury, gestor da QR Capital.

A resistência dos 20 mil dólares para a cotação do bitcoin ainda não foi superada e, com o ativo ainda próximo do valor, é provável que continue apresentando oscilações significativas nos próximos dias.

Como tem cerca de 62% de todo o market cap do mercado de criptoativos, as variações no preço do bitcoin afetam outros criptoativos, que em geral seguem sua tendência. O ether, cripto do projeto Ethereum e segundo maior ativo digital do mundo, também experimentou a mesma queda de cerca de 10% nesta manhã, passando de 635 para 570 dólares. No momento, o ativo é negociado por volta de 610 dólares.

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