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El Salvador vai votar plano para adotar bitcoin como moeda no país

Presidente Nayib Bukele anuncia que vai enviar ao Congresso salvadorenho proposta que obriga pessoas e empresas a aceitarem bitcoin como forma de pagamento

Nayib Bukele, presidente de El Salvador. (Camilo Freedman/Bloomberg/Getty Images)

Nayib Bukele, presidente de El Salvador. (Camilo Freedman/Bloomberg/Getty Images)

GR

Gabriel Rubinsteinn

Publicado em 7 de junho de 2021 às 10h23.

Última atualização em 7 de junho de 2021 às 23h13.

Nayib Bukele, presidente de El Salvador, anunciou no último sábado, 5, durante a conferência "Bitcoin 2021", em Miami, sua intenção de apresentar ao Congresso do país uma proposta para tornar o bitcoin uma moeda de curso legal na economia salvadorenha.

O status de curso legal permitiria à criptomoeda ser tratada como dinheiro pelas leis comerciais e de contabilidade do país, o que significa que pessoas e empresas seriam obrigadas a aceitar bitcoin como forma de pagamento, da mesma forma que acontece com o dólar americano, moeda oficial de El Salvador.

"No curto prazo, isso vai gerar empregos e ajudar a proporcionar inclusão financeira a milhares de pessoas fora da economia formal", disse Bukele, nos Estados Unidos. O presidente salvadorenho expressou que uma das motivações para sua decisão surgiu após perceber que os "bancos centrais estão tomando cada vez mais ações que podem causar danos à estabilidade econômica de El Salvador", acrescentando que, para mitigar esse dano, é preciso “autorizar a circulação de uma moeda digital com oferta que não pode ser controlada por nenhum banco central”.

O presidente acredita que a medida pode impulsionar o investimento no país, e usou as redes sociais para dizer que "se 1% do valor de mercado do bitcoin for investido em El Salvador, o PIB do país aumentaria 25%, e, ao mesmo tempo, o bitcoin ganharia 10 milhões de novos usuários".

Segundo Bukele, a medida, se aprovada, poderá ajudar a bancarizar os cerca de 70% dos salvadorenhos que hoje estão à margem do sistema financeiro, sem conta bancária ou quaisquer outros serviços financeiros. O presidente salvadorenho disse, ainda, que o bitcoin poderá permitir que os salvadorenhos que vivem no exterior enviarem dinheiro aos amigos e familiares no país de forma mais fácil.

Atualmente, a economia de El Salvador tem grande dependência de remessas de dinheiro enviadas de outras partes do mundo, que representam cerca de 20% do PIB. Dados mostram que mais de dois milhões de salvadorenhos que vivem no exterior enviam cerca de 4 bilhões de dólares (20 bilhões de reais) a cada ano ao seu país natal.

Atualmente, os provedores desse tipo de serviço cobram taxas elevadas e as operações levam dias para serem efetivadas. Com o bitcoin, o custo e o prazo para essas transações seriam reduzidos consideravelmente: "Isso vai melhorar a vida e o futuro de milhões", prevê Bukele.

O texto da proposta não foi divulgado, mas Bukele afirmou que seria enviada ao Congresso do país nesta semana.

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