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‘Cripto será mainstream em 2021’, diz especialista do mercado financeiro

Matt Hougan, pioneiro dos ETFs nos EUA, falou com otimismo sobre perspectiva para criptoativos em keynote no Future of Money

Criptoativos estão ao ponto de "atravessar o abismo" para se tornarem mainstream (Karen Bleier/AFP)

Criptoativos estão ao ponto de "atravessar o abismo" para se tornarem mainstream (Karen Bleier/AFP)

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Gabriel Rubinsteinn

Publicado em 12 de novembro de 2020 às 19h02.

Última atualização em 12 de novembro de 2020 às 21h12.

Matt Hougan, CIO na Bitwise Asset Management, foi categórico sobre o universo dos criptoativos em seu keynote no Future of Money — evento da EXAME que discute o futuro do dinheiro com os maiores especialistas no assunto: os ativos virtuais se tornarão mundialmente populares no ano que vem. Aproveitar as melhores oportunidades na bolsa exige conhecimento. Venha aprender com quem conhece na EXAME Research

"2021 é o ano em que os criptoativos se tornarão mainstream", disse. Para ele, os criptoativos estão a ponto de "atravessar o abismo" entre consumidores visionários e o mainstream, em referência à tese de Geoffrey A. Moore, em seu livro "Atravessando o Abismo", sobre a adoção e popularização de novas tecnologias.

A tese de Moore se baseia na ideia de que a difusão e a adoção de novas tecnologias não é um processo contínuo. Ele argumenta que existe um abismo entre os consumidores que adotam o produto bem cedo (chamados de early adopters) — entusiastas e visionários da tecnologia — e o resto das pessoas. 

"Todas as novas tecnologias passam por cinco fases de adoção: inovadores, early adopters, maioria inicial(pragmáticos), maioria tardia (conservadores) e os retardatários (céticos). Entre as fases 2 e 3, acontece um momento crucial, que chamamos de Abismo. Os criptoativos estão exatamente aí", explicou.

Segundo Hougan, para atravessar o Abismo é preciso que a tecnologia esteja funcionando plenamente, e que as pessoas enxerguem valor em sua função. "Os equipamentos de realidade virtual são um exemplo clássico de tecnologia presa no Abismo", disse, antes de explicar porque acredita que os criptoativos conseguirão ultrapassar esse momento rápida e facilmente:

"Pela primeira vez, analistas de Wall Street falam em defesa das criptomoedas. O banco JP Morgan diz que o bitcoin é uma alternativa ao ouro e está desenvolvendo sua própria criptomoeda. A Bloomberg diz que o preço do bitcoin deve chegar a 100 mil dólares. Fundos hedge estão entrando. As corporações também. A Microstrategy acaba de comprar 425 milhões de dólares em bitcoin", disse.

"Mas, mais do que isso, o PayPal acaba de anunciar o suporte a criptomoedas. Seus clientes poderão comprar, vender, utilizar e guardar cripto na plataforma. Eles têm 350 milhões de usuários no mundo. Hoje, a maior carteira cripto do mundo possui 40 milhões de usuários, então dá pra imaginar o quanto essa decisão do PayPal pode alavancar o mercado", continuou.

"Para completar, ainda tem o risco altíssimo de inflação causado pela impressão de dinheiro por governos do mundo todo durante a pandemia. E, o que eu acho que é mais importante de tudo: as CBDCs. Banco Central Europeu, Fed, China, todos já com projetos avançados. Isso vai levar a ideia de ter criptoativos para bilhões de pessoas", afirmou. "E ainda temos a chance de ver novas máximas históricas na cotação dos principais criptoativos, o que certamente vai ajudar a atrair novos investidores".

Pioneiro dos ETFs na bolsa norte-americana e uma dos maiores ativistas pela liberação de um ETF de bitcoin, Hougan também falou sobre a perspectiva de liberação desta classe de ativos nos EUA, que, segundo ele, também é importante para que o bitcoin se torne mais popular: "Falta pouco. É questão de quando, não de 'se'".

Para assistir ao keynote com Matt Hougan, na íntegra basta clicar no player abaixo — para a versão com tradução simultânea, clique aqui. E, para conferir toda a programação de palestras e debates do Future of Money, basta clicar aqui.

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