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Criador da dogecoin abandona criptomoedas: "Hipercapitalistas de direita"

Cofundador da criptomoeda-meme mais famosa do mundo, Jackson Palmer dispara contra mercado de criptomoedas e diz que nunca mais voltará a atuar em projetos no setor

Jackson Palmer, cofundador da dogecoin (Bloomberg/Getty Images)

Jackson Palmer, cofundador da dogecoin (Bloomberg/Getty Images)

GR

Gabriel Rubinsteinn

Publicado em 15 de julho de 2021 às 15h09.

Última atualização em 15 de julho de 2021 às 15h41.

Cofundador da dogecoin, Jackson Palmer usou as redes sociais para se "despedir" do mercado de criptomoedas — e aproveitou para fazer uma série de críticas ao setor, que ele chamou de "tecnologia de hipercapitalistas de direita".

Em uma sequência de mensagens no Twitter, o criador da criptomoeda-meme mais famosa do mundo explicou porque nunca mais pretende voltar a participar do mercado cripto: "Acho que as criptomoedas são uma tecnologia hipercapitalista inerentemente de direita, construída principalmente para amplificar a riqueza de seus proponentes por meio de uma combinação de evasão fiscal, supervisão regulatória reduzida e escassez artificialmente aplicada".

Palmer também afirmou que a indústria de criptomoedas é controlada por "um poderoso cartel de figuras milionárias" que "evoluíram para incorporar muitas das mesmas instituições vinculadas ao sistema financeiro centralizado existente que supostamente pretendiam substituir".

O site de notícias de tecnologia Mashable rotulou o desabafo como um "balde de água fria do tamanho de um Shiba Inu no mercado de criptomoedas", em referência ao cachorro que é simbolo da dogecoin. Palmer continuou a afirmar que as criptomoedas não são amigáveis, com os próprios usuários sendo culpados por senhas perdidas ou por serem vítimas de golpes.

Palmer, que se manteve discreto durante o movimento de alta que multiplicou o preço da dogecoin nos últimos meses, deu um golpe na tecnologia, alegando que ela foi projetada para limitar a proteção do consumidor: “Criptomoeda é como pegar as piores partes do sistema capitalista de hoje [por exemplo, corrupção, fraude, desigualdade] e usar um software para limitar tecnicamente o uso de intervenções [por exemplo, auditorias, regulamentação, tributação] que servem como proteção ou como redes de segurança para o cidadão médio".

    Ele admitiu que as criptomoedas "não se alinham" com suas políticas ou crenças e que não tem interesse em contra-argumentos, já que "não tem energia" para tentar dialogar com aqueles que "não têm disposição para participar de um debate argumentativo". Ele, inclusive, desativou as respostas e comentários em sua página na rede social.

    Em 2015, Palmer anunciou que estava tirando uma “licença prolongada” do mundo “tóxico” das criptomoedas e, em 2018, disse que obteve lucro zero com seu envolvimento no projeto da dogecoin.

    O preço do token DOGE caiu 73% em relação à máxima histórica, registrada em 9 de maio, a 0,73 dólar, e atualmente é de pouco menos de 0,20 dólar, segundo dados do site CoinGecko. No ano, a criptomoeda ainda mantém mais de 3.120% de alta acumulada.

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