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Com lendário Bill Miller na lista, bilionários defendem bitcoin após queda

Lendário investidor de Wall Street se junta a investidores ricos e famosos para defender o mercado de criptomoedas após alta volatilidade e queda de preços

 (SOPA Images/Getty Images)

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GR

Gabriel Rubinsteinn

Publicado em 19 de maio de 2021 às 18h50.

O mercado de criptomoedas voltou a apresentar, nesta quarta-feira, 19, a alta volatilidade pela qual ficou famoso. Com fluxo de vendas recorde no início da manhã, os criptoativos perderam mais de 1 trilhão de dólares em valor de mercado e os preços dos principais deles despencaram, antes de recuperarem parte do prejuízo no mesmo dia.

Com a alta volatilidade, vieram também as opiniões de alguns grandes investidores, dizendo que esse era o "porquê de não investirem no setor". Só que o contrário também é verdadeiro, e outros investidores renomados usaram o momento de volatilidade para justificar a crença nos ativos digitais.

Logo no início do dia, quando os dois principais representantes do mercado de criptomoedas - bitcoin e ether - acumulavam queda de 35% e 40% em relação às últimas 24 horas, Michael Saylor foi o primeiro a se manifestar. "As entidades que eu controlo adquiriram 111 mil bitcoins e não venderam um único satoshi", disse o CEO da MicroStrategy - "satoshi" é o termo que representa a menor fração possível para um bitcoin, equivalente a 0,00000001 bitcoin.

Saylor é um famoso entusiasta do bitcoin. Foi dele a ideia de usar as reservas da MicroStrategy para comprar a criptomoeda e fazer da empresa uma das pioneiras da ideia, antes de PayPal, Tesla, Visa e outras que decidiram investir no setor. Mesmo com a queda no preço do ativo, o movimento continua bastante lucrativo para a empresa: ao todo, foram adquiridos 92.079 bitcoins pela MicroStrategy, ao custo médio de 24.450 dólares cada. Cotado atualmente a cerca de 39 mil dólares, a aposta representa ganhos de cerca de 1,4 bilhões de dólares.

Além dele, outro bilionário que se pronunciou a favor dos criptoativos foi Michael Novogratz, da gestora Galaxy Digital. Questionado pela CNBC sobre a queda nos preços, Novogratz afirmou acreditar que o bitcoin pode levar um tempo para se recuperar, frisando que o mercado vivencia uma capitulação, momento no qual os investidores, diante de um cenário pessimista e de quedas, desistem de suas posições e vendem seus ativos próximos do valor mais baixo.

"Agora muitas pessoas possuem criptomoedas. Os criptoativos se infiltraram nos bolsos de toda a nossa sociedade... Nós tivemos uma confluência de eventos, uma combinação do dia do imposto, tweets de Elon Musk, etc, que começaram a quebrar a positividade que tinha uma ação no preço", explicou o investidor. "A história não foi a lugar nenhum. Essa revolução dos criptoativos já aconteceu, mas certamente são reveses para as carteiras e para a base de investidores. As pessoas perderam muito dinheiro, então vão sacudir a poeira".

Cathie Wood, fundadora e CEO da Ark Invest, também mostrou otimismo em entrevista à Bloomberg: “Acredito que estamos em um fase de capitulação… Nós estamos olhando para todos os indicadores e eles indicam que nós estamos nessa fase, que é um ótimo momento para comprar. Não importa qual é o criptoativo, é uma fase de capitulação, então eles estão em promoção”.

Bill Miller, lendário investidor de Wall Street, que comandou por anos o fundo "Legg Mason Value Trust", que bateu o índice SP&500 por mais de uma década consecutiva, também adotou tom positivo sobre o mercado de criptomoedas. "Se eu gostava de algo quando os preços estavam altos, é uma aposta segura dizer que eu vou gostar ainda mais quando os preços estiverem baixos", afirmou em entrevista à CNBC.

Esta não é a primeira vez que Miller defende o bitcoin. Em abril, ele afirmou, em um dia que o preço da criptomoeda oscilou bastante, que a "volatilidade é o preço a se pagar pelo alto desempenho". "Há 15 trilhões de dólares alocados em títulos com rendimento negativo lá fora, por que você tem isso quando pode possuir algo que, pelo menos, tem potencial para subir?", questionou.

Após uma manhã de queda acentuada, que provocou a diminuição do valor de mercado de todas as criptomoedas somadas em mais de 1 trilhão de dólares - sendo 350 bilhões apenas do bitcoin - o mercado recuperou parte das perdas ao longo do dia. No momento, o bitcoin é negociado a cerca de 39 mil dólares, apenas 7% abaixo do valor do dia anterior.

No curso "Decifrando as Criptomoedas" da EXAME Academy, Nicholas Sacchi, head de criptoativos da Exame, mergulha no universo de criptoativos, com o objetivo de desmistificar e trazer clareza sobre o funcionamento. Confira.

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