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Bitcoin supera US$ 20 mil: 'Deve continuar subindo', diz especialista

Pela primeira vez na história, maior ativo digital do mundo rompe marca dos 20 mil dólares no mercado internacional; confira a análise de especialistas

 (Chesnot / Colaborador/Getty Images)

(Chesnot / Colaborador/Getty Images)

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Gabriel Rubinsteinn

Publicado em 16 de dezembro de 2020 às 12h30.

Última atualização em 16 de dezembro de 2020 às 12h39.

O bitcoin ultrapassou nesta quarta-feira (16) a marca dos 20 mil dólares pela primeira vez em seus pouco mais de 10 anos de história. A nova máxima do maior ativo digital do mundo é um marco importante, depois de "bater na trave" em duas oportunidades, no final de 2017 e no início de dezembro de 2020, quando atingiu seus recordes anteriores.

"Foram longos três anos de espera até atingir essa marca simbólica, período marcado pelo amadurecimento da tese de investimento baseada em escassez digital programada, no desenvolvimento da infraestrutura de negociação e maturação do protocolo", disse Safiri Felix, diretor-executivo da Associação Brasileira de Criptoeconomia (ABCripto).

Chefe de criptoativos da EXAME, Nicholas Sacchi explicou o movimento recente: "O bitcoin rompeu a máxima histórica em dólar e agora encara o desconhecido. O movimento é decorrência do impulso na adoção institucional que tivemos no decorrer de 2020. As novidades mais recentes são a alocação de 2,5% do patrimônio do fundo Ruffer Multi-Strategies, do Reino Unido, em bitcoin; o anúncio de novos índices de cripto pelo S&P e pela Cboe. Vale mencionar também os 200 milhões em stablecoins emitidos pela tesouraria do Tether, que normalmente instensifica os movimentos de preços no principal criptoativo do mercado".

A alta do bitcoin em 2020 impressiona. No mercado internacional, começou o ano cotado a cerca de 7 mil dólares, o que faz com que a alta acumulada no período seja de quase 200%. No Brasil, o bitcoin começou 2020 sendo negociado perto de 28 mil reais e agora é cotado acima dos 105 mil, uma alta de mais de 275% — a diferença se dá porque o preço do dólar, em reais, aumentou no período.

"O mercado já vinha falando dessa possibilidade há alguns meses. Essa marca confirma o contexto que o mercado cripto está inserido hoje: dinheiro institucional entrando, fundos entrando, empresas entrando, a escassez provocada pelo halving de maio. Enfim, é a confirmação do que já vinha sendo falado. A marca é um efeito do que já era discutido no mercado", explicou Daniel Coquieri, fundador e COO da exchange BitcoinTrade.

Segundo o especialista em criptoativos, a alta do ativo deve continuar: "A expectativa agora é que ele continue subindo. Não porque ultrapassou sua máxima história, mas porque o desenho do mercado continua, ele não vai mudar porque passou dos 20 mil. A entrada dos grandes players continua, as regulamentações continuam a acontecer, a escassez do ativo não mudou, a facilidade cada vez maior de se expor a esses ativos continua. Houve uma queda recente, no fim de novembro, e naquele dia lembro que comentei que 'nada mudou nos fundamentos, nada do que vínhamos falando mudou, então vamos ter paciência'. É normal que haja volatilidade, mas os conceitos não mudam da noite para o dia. Voltou tudo, rompeu os 20 mil e, na minha opinião, vai continuar subindo para 2021", completou o executivo.

Apesar de ter atingido o seu maior valor no mercado internacional em todos os tempos, no Brasil o recorde do ativo ainda não foi quebrado, devido à desvalorização do dólar frente ao real nas últimas semanas. No momento, o bitcoin é negociado no país a 105 mil reais. A máxima registrada no país é de pouco mais de 106 mil, registrada em 26 de novembro, e, dada a volatilidade do ativo digital, pode ser quebrada em breve se o movimento de alta continuar.

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