Criptoativos

Bitcoin cai 14% na semana e grandes investidores aproveitam para compra bilionária

Grayscale e MicroStrategy, dois dos maiores investidores no mercado de criptoativos, compram quase US$ 1,3 bilhão após grande queda no preço do bitcoin

 (Bloomberg/Getty Images)

(Bloomberg/Getty Images)

GR

Gabriel Rubinsteinn

Publicado em 22 de janeiro de 2021 às 12h42.

Última atualização em 22 de janeiro de 2021 às 12h50.

Dois dos maiores investidores institucionais do mercado de criptoativos mostraram nos últimos dias que não estão muito preocupados com a queda no preço do bitcoin e que seguem confiantes no futuro do ativo digital: MicroStrategy e Grayscale anunciaram a compra de quase 1,3 bilhão de dólares (6,5 bilhões de reais) em bitcoin. Os anúncios foram feitos na semana em que o ativo acumula perdas de quase 14%.

A Grayscale, maior custodiante de bitcoin do mundo e que gerencia o fundo Grayscale Bitcoin Trust (GBTC), focado em investidores institucionais, foi responsável pela maior parte desse volume. A empresa norte-americana comprou 1,28 bilhão de dólares no ativo nos últimos sete dias, segundo publicação de seu CEO, Michael Sonnenshein.

O valor é recorde para a Grayscale, cuja média de compra semanal no último trimestre de 2020 — quando começou a mais recente alta do bitcoin — foi de "apenas" 217 milhões de dólares. Atualmente, o GBTC se aproxima da marca de 25 bilhões de dólares em bitcoin sob sua custódia.

A MicroStrategy também foi às compras mais uma vez. Depois de adquirir 1,1 bilhão de dólares em bitcoin entre agosto e dezembro de 2020, a empresa voltou a investir no principal ativo digital do mundo. Apesar de parecer pequena quando comparada aos aportes da Grayscale, a operação divulgada nesta sexta-feira, 22, ainda é bastante significativa.

Segundo o CEO da companhia, Michael Saylor, a MicroStrategy aproveitou a queda do bitcoin para acrescentar mais 10 milhões de dólares do ativo ao seu patrimônio. Apenas em bitcoin, a empresa de software já tem, graças à valorização recente do criptoativo, 2,3 bilhões de dólares.

Na transação mais recente, a MicroStrategy adquiriu 314 bitcoins a um preço médio de 31.808 dólares, incluindo taxas e custos da operação. Agora, a empresa soma 70.784 bitcoins, a um preço médio de 16.035 dólares — a metade da cotação atual do ativo.

A queda no preço do bitcoin

O bitcoin vive um momento de baixa após meses em que sua cotação se multiplicou quase ininterruptamente. Na última semana, acumula perda de 13,65% e é negociado na faixa de 32.500 dólares. Na noite da última quinta-feira, 21, porém, o ativo sofreu uma correção, chegando a ser negociado abaixo de 30 mil dólares pela primeira vez desde 4 de janeiro.

O criptoativo, que em setembro de 2020 valia 10 mil dólares, subiu quase sem interrupções até o dia 8 de janeiro de 2021, quando atingiu sua máxima histórica perto de 42 mil dólares. Desde então, já sofreu duas correções. A primeira no dia 11, quando recuou 22%, até pouco menos de 33 mil. Depois de se recuperar e testar a faixa dos 40 mil dólares no último dia 15, voltou a sofrer correção na noite da última quinta.

A queda pode ser explicada por uma série de razões, como temor de pequenos investidores com desvalorização no curto prazo, preocupação de parte dos investidores com a investigação sobre o Tether e a exchange Bitfinex, liquidação de posições no mercado de contratos futuros de bitcoin que, segundo especialistas, estava superaquecido, e incertezas quanto ao cenário político nos EUA.

O fato mais importante, entretanto, foi a divulgação de um suposto — e inédito — gasto duplo na rede Bitcoin. Divulgado pelo braço de análise e pesquisa da corretora BitMEX, o suposto erro chama a atenção por nunca ter acontecido nos 12 anos de história do Bitcoin e por ser justamente uma das situações que o protocolo se propõe a impedir que aconteça. Apesar do impacto no mercado, o fato ainda não foi confirmado.

No momento da publicação, o bitcoin é negociado a 32.600 dólares no mercado internacional e 180 mil reais nas exchanges brasileiras, mostrando um cenário de bastante volatilidade, ainda comum para o mercado cripto.

No curso "Decifrando as Criptomoedas" da EXAME Academy, Nicholas Sacchi, head de criptoativos da Exame, mergulha no universo de criptoativos, com o objetivo de desmistificar e trazer clareza sobre o funcionamento. O especialista usa como exemplo o jogo Monopoly para mostrar quem são as empresas que estão atentas a essa tecnologia, além de ensinar como comprar criptoativos. Confira.

Acompanhe tudo sobre:BitcoinCriptomoedas

Mais de Criptoativos

Trump anuncia NFTs colecionáveis de si mesmo

Criptomoedas: o que muda com a regulamentação das moedas virtuais aprovada pelo Congresso

Estado de Nova York proíbe 'mineração' de criptomoedas; entenda

Mineradores de Bitcoin serão desligados da rede em caso de crise energética, diz União Europeia