Criptoativos

Ativos digitais como investimento: o que é? vale a pena?

Vale a pena ter ativos digitais como investimento? A economia já está pronta para lidar com essa nova modalidade de ativos?

 (iStockphoto/iStockphoto)

(iStockphoto/iStockphoto)

DR

Da Redação

Publicado em 15 de outubro de 2020 às 11h18.

Última atualização em 20 de outubro de 2020 às 16h55.

Ativos digitais como investimento representam a próxima grande aposta do mercado financeiro para um incremento significativo no número de investidores, de acordo com gestores de fundos de investimento. Isso porque esse novo formato é capaz de abranger uma gama muito maior de opções de investimento – inclusive os internacionais.

Além disso, os investimentos em ativos digitais podem ser feitos de qualquer lugar do mundo, afinal a internet é o ecossistema de negociação, o que gera uma destruição completa de barreiras como localização e moedas nacionais, entre outras.

O que isso significa? Que um novo modelo de mercado financeiro está surgindo, mais digital, mais prático e, sobretudo, mais eficiente.

 

Tese de valor dos ativos digitais

O principal conceito a ser compreendido quando falamos de ativos digitais é que eles não representam moedas centralizadas, que possuem uma política monetária regulada por um Banco Central, com metas de inflação e interferência do governo para controlar o câmbio, por exemplo.

O valor desses ativos digitais está no fato de serem negociados em redes que oferecem serviços específicos – os blockchains. Se os serviços oferecidos em determinado blockchain forem de relevância para a sociedade, os digital assets dessa rede ganham valor.

Outro caso, é que eles podem ser security tokens ou tokens garantidos por ativos. Esses tokens podem representar uma participação no share de uma startup, por exemplo. Nesse sentido, o usuário se torna um investidor que negocia os security tokens.

Ativos digitais como investimento

Os ativos digitais como investimento ainda são uma novidade. Nessa classe de ativos são os sistemas computacionais e algoritmos que definem os fatores de utilidade e de escassez do ativo, e não os órgãos reguladores ou a demanda de mercado, apenas.

O primeiro ativo digital e um dos mais conhecidos foi o Bitcoin. Depois dele, várias outras criptomoedas e tokens foram criados, como as stablecoins e os security tokens, ou tokens lastreados em ativos reais.

Apesar de ainda serem vistos como novidade, já inundaram o mercado financeiro com mais de 4 mil criptomoedas e criptoativos, de acordo com o CoinMarketCap. Há tantas plataformas diferentes que o investidor fica confuso, sem saber em qual delas confiar.

Mesmo assim, as previsões para o mercado de ativos digitais são positivas: o Fórum Econômico Mundial Econômico estimou em 2018 que 10% do PIB mundial será armazenado em blockchain em breve.

Essa transição vem fazendo com que muitas instituições financeiras e investidores vejam os ativos digitais como investimento, mas ainda com medo de aplicarem seus primeiros recursos nessa nova modalidade.

Você pode ter dois perfis ao investir em ativos digitais:

  • Investidor que acredita na tecnologia à longo prazo
  • Investidor que acredita em ganhos especulativos de curto prazo

Acreditar na tecnologia a longo prazo significa enxergar os benefícios que o blockchain pode trazer como a transformação do mercado financeiro, com mais agilidade e dinamicidade, além do acesso a serviços financeiros para pessoas antes desbancarizadas, entre outros.

No caso da segunda opção, o investimento é bastante óbvio: você investe nesse ativo digital com o foco de gerar dividendos para a sua carteira de investimentos no longo prazo, tal qual um ativo do mercado tradicional.

 

Vale a pena investir em ativos digitais?

Investir em ativos digitais atualmente é investir no futuro. Mas é preciso ter cautela e entender seu perfil de investidor. Se você não investe em ações na bolsa de valores por achar o investimento arriscado, investir em criptomoedas pode ser ainda mais arriscado.

A volatilidade existe, mas não dá para descartar os ativos digitais como um investimento por conta disso. O risco é de fato maior, mas o crescimento do seu patrimônio pode acabar sendo maior, se você investir com cautela e bastante informação.

Leia bastante sobre as empresas e suas novas soluções, sobre as novas tecnologias surgindo, como o mercado está enxergando, veja a opinião de desenvolvedores e grandes nomes do setor financeiro e de tecnologia.

Busque reunir bastante informação, de várias fontes, e cruze os dados, para encontrar correlações. Tome decisões calculadas e esteja disposto a perder parte – ou todo – do seu investimento em ativos digitais.

 

Dicas para começar a investir em ativos digitais

Separamos algumas dicas práticas sobre o que você precisa para fazer seus investimentos em ativos digitais:

1- Estude. E estude muito!

Não dá para investir em digital assets sem entender muito bem os conceitos por trás dessa nova modalidade de investimento. Boa parte dos materiais sobre o assunto ainda estão em inglês.

No entanto, diversas empresas estão começando a produzir guias e compilados com informações essenciais para você ter mais segurança na hora de começar a investir em ativos digitais.

2- Fuja de promessas de lucro fácil

Lucro fácil nunca existiu, nem mesmo no universo das criptomoedas. É lógico que bem no começo dessa tecnologia, em 2010, quando as moedas digitais começaram a ser negociadas como ativos digitais, alguns investidores mais atentos ganharam bastante dinheiro.

Muita gente também investiu em criptomoedas no Brasil em esquemas de pirâmide, que geraram grandes prejuízos para estes investidores. Até por isso a desconfiança deles com os ativos digitais ainda é latente.

Hoje, esse universo está começando a ser menos caótico em relação às incertezas e mais regulado – o que não quer dizer centralizado. Isso está trazendo cada vez mais investidores para o mercado.

3- Não invista todo o seu capital

Apesar de alguns especialistas insistirem na recomendação de investir até 5% do seu patrimônio – se você for um investidor de perfil arrojado -, é preciso ter bom senso.

Criptomoedas e outros ativos digitais possuem um grande potencial de disrupção tecnológica da sociedade. Alguns digital assets foram criados para levantar fundos de investimento para projetos que podem trazer melhorias significativas para a população. Isso significa que investir em criptomoedas é também investir em novas ideias, em novos projetos.

A lógica de Warren Buffett de não colocar todos os seus ovos na mesma cesta é válida, obviamente, mas é preciso deixar claro que é você, investidor, quem decide o quanto colocar nessa nova modalidade.

4- Guarde muito bem suas senhas

Segurança acima de tudo. É super importante manter um controle específico sobre as senhas e tokens de acesso dos seus investimentos. Se você faz a própria custódia dos seus ativos digitais e perde suas chaves privadas (private keys), muito provavelmente perderá permanentemente o seu acesso aos ativos.

Para manter essas senhas em segurança, você pode comprar uma hard wallet – ou carteira hardware – para armazenamento físico das criptomoedas ou dos ativos digitais que você negociou. Se você perde o dispositivo, ou ele é roubado, você pode solicitar um novo.

Pelo fato de ser criptografado e com mecanismos de segurança digital mais avançados, ele não pode ser hackeado, por isso, é mais seguro. Empresas como a Ledger, Trezor, KeepKey são algumas das principais hard wallets do mercado.

Além disso, é importante compartilhar a seed – a chave-mestra -, da sua carteira digital com alguma pessoa de confiança para, no caso de acidentes fatais, essa pessoa ter acesso aos recursos investidos.

Acompanhe tudo sobre:BlockchainCriptomoedas

Mais de Criptoativos

Trump anuncia NFTs colecionáveis de si mesmo

Criptomoedas: o que muda com a regulamentação das moedas virtuais aprovada pelo Congresso