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Após queda e recorde de US$ 10 bilhões em liquidações, bitcoin sobe 10%

Domingo teve queda acentuada e avalanche de liquidações automáticas no mercado de derivativos, mas ativo se recupera e opera em alta nesta segunda

 (Chesnot/Getty Images)

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Gabriel Rubinsteinn

Publicado em 19 de abril de 2021 às 10h19.

Na madrugada do último domingo, 18, o bitcoin caiu cerca de 14%, passando de 60 mil para 52 mil dólares em poucos minutos. Foi a maior queda no preço da criptomoeda desde fevereiro, e o movimento provou também a maior onda de liquidações de posições em aberto no mercado de contratos futuros da história do ativo. Ao todo, 10 bilhões de dólares foram liquidados nas principais bolsas de negociação do mundo.

O antigo recorde, de 5,77 bilhões de dólares, tinha sido registrado justamente na queda de 23 de fevereiro, quando o preço do bitcoin caiu de 57.500 para cerca de 45 mil dólares. A maioria das posições liquidadas no domingo era de posições compradas, que respondem por 90% das liquidações automáticas do dia, ou cerca de 9,1 bilhões de dólares, segundo o site de análise Bybt - os outros 10% vieram de posições vendidas, liquidadas quando o ativo começou a recuperar parte das perdas.

As liquidações acontecem em posições alavancadas, ou seja, aquelas em que o investidor toma um empréstimo com a corretora para operar no mercado com um volume de dinheiro maior do que ele possui. Como forma de garantir o pagamento do empréstimo, a corretora impõe uma ordem de negociação compulsória em um valor que permita tal situação.

Assim, quando o mercado de contratos futuros está aquecido, com muitas posições em aberto apostando em uma única direção, e os preços andam no sentido oposto, é de se esperar que as liquidações em sequência comecem a acontecer. No caso do bitcoin, a grande maioria dos investidores estava comprada, ou seja, apostando na alta do ativo. Quando o preço cai, como aconteceu domingo, grande parte dessas posições acaba liquidada automaticamente.

A sequência de liquidações acaba acrescentando ainda mais força vendedora ao mercado, pressionando ainda mais os preços para baixo. A pressão vendedora, entretanto, não se sustentou após as liquidações, e rapidamente o preço do bitcoin voltou a subir. Nesta segunda-feira, já é negociado a cerca de 57 mil dólares, quase 10% acima do preço registrado na mínima do domingo.

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