Criptoativos

Após ETF de criptoativos, CVM aprova o primeiro ETF de bitcoin na B3

QBTC11, criado pela brasileira QR Asset Management, replicará preço do bitcoin e pode facilitar acesso de investidores à criptomoeda no país

 (24K-Production/Getty Images)

(24K-Production/Getty Images)

GR

Gabriel Rubinsteinn

Publicado em 19 de março de 2021 às 09h42.

Última atualização em 19 de março de 2021 às 09h42.

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) autorizou a QR Asset Management, gestora de recursos da holding QR Capital, a listar o seu ETF de bitcoin na B3. É o primeiro produto do tipo a ser negociado no Brasil, e o segundo relacionado ao mercado de criptoativos — na quarta-feira, a autarquia havia aprovado o ETF de criptoativos da Hashdex.

"Observo um amadurecimento do mercado, em sua busca constante por garantir opções seguras e muito simples de exposição ao bitcoin. Nosso ETF, a ser negociado com o ticker QBTC11, é um marco no mercado brasileiro", disse Fernando Carvalho, fundador e diretor executivo da holding QR Capital. "O ativo acaba atuando como um duplo hedge, por ser uma commodity digital e, ao mesmo tempo, ser negociado em dólar no mercado mundial. Seu preço é pouco correlacionado com outras classes de ativos, o que faz com que cada vez mais esteja sendo adotado por grandes gestores e investidores dentro de carteiras diversificadas".

ETF é a sigla para "exchange traded fund", também conhecidos no Brasil como "fundos de índice". O ETF de bitcoin da QR Asset será negociado na bolsa de valores brasileira sob o ticker QBTC11 e terá como objetivo o de replicar o preço médio do bitcoin nas principais corretoras de criptoativos reguladas no mundo. O índice usado será o mesmo dos contratos futuros da Chicago Mercantile Exchange (CME), a Bolsa de Mercadorias de Chicago.

A expectativa é de que o produto possa facilitar o acesso ao investimento em ativos digitais, uma vez que o ETF permite a exposição a essa classe de ativos sem a necessidade de custódia dos mesmos, ou seja, sem precisar passar por exchanges ou carteiras de criptoativos.

"Temos um compromisso com a profissionalização do mercado e com a segurança do investidor. Nosso caminho vem sendo percorrido lado a lado com os reguladores. E a custódia segura, que já era um padrão dos fundos da gestora QR Asset, ganha, agora, com o surgimento do ETF, uma camada de proteção adicional da maior bolsa da América Latina – defendeu Carvalho", afirmou Carvalho.

Os ETFs também têm a vantagem de permitir exposição de 100% aos criptoativos — ou, no caso do ETF da QR Asset, ao bitcoin — algo que não é possível nos fundos de investimento já oferecidos no país, já que a CVM limita a exposição a ativos custodiados no exterior, para investidores "comuns", em no máximo 20%.

O Brasil é o segundo país das Américas a autorizar a negociação de um ETF de bitcoin — o primeiro foi o Canadá. O lançamento do QBTC11 também pode, indiretamente, favorecer a criação de um ETF de bitcoin nos EUA, segundo a QR Capital, já que a International Organization of Securities Commission (IOSCO) tem como filiados, entre outros, além da CVM, a canadense OSC e a americana Securities and Exchange Commission (SEC). Com a aprovação de ETFs por duas dessas organizações, a novidade ganha força para ser implementada também nos EUA.

No curso "Decifrando as Criptomoedas" da EXAME Academy, Nicholas Sacchi, head de criptoativos da Exame, mergulha no universo de criptoativos, com o objetivo de desmistificar e trazer clareza sobre o funcionamento. Confira.

Acompanhe tudo sobre:B3BitcoinCriptomoedasETFs

Mais de Criptoativos

Trump anuncia NFTs colecionáveis de si mesmo

Criptomoedas: o que muda com a regulamentação das moedas virtuais aprovada pelo Congresso