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CPI sobre golpes com criptomoedas aprova convites para presidentes da CVM e BC

Deputados também convocaram a presença de nomes associados a esquemas de pirâmides financeiras envolvendo ativos digitais

CPI na Câmara vai investigar golpes envolvendo criptomoedas (Reprodução/Reprodução)

CPI na Câmara vai investigar golpes envolvendo criptomoedas (Reprodução/Reprodução)

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 21 de junho de 2023 às 09h47.

Os deputados que participam da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre golpes com criptomoedas no Brasil aprovaram na terça-feira, 20, os primeiros convites e convocações para as próximas sessões do órgão. Entre os nomes, estão os presidentes do Banco Central, Roberto Campos Neto, e da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), João Pedro Nascimento.

Os requerimentos analisados foram protocolados pelos deputados Júnior Mano (PL-CE) e Áureo Ribeiro (Solidariedade-RJ), que também é presidente da CPI. Na mesma sessão, foi definido o nome do deputado Ricardo Silva (PSD-SP) como relator da comissão, responsável por elaborar um relatório que reunirá as informações e recomendações do órgão.

Além dos presidentes do Banco Central e da CVM, os deputados também aprovaram convites para um representante - não definido - do Ministério da Fazenda para "prestar esclarecimentos acerca da regulamentação do mercado de criptomoedas e da atuação das entidades frente às recorrentes fraudes envolvendo criptoativos".

O CEO da Chilli Beans, Caito Maia, também foi convidado, assim como o procurador da República Thiago Buano, que integra o Grupo de Crimes Cibernéticos do Ministério Público Federal, e policiais federais e integrantes da Receita Federal que participaram de ações e investigações sobre golpes envolvendo ativos virtuais

Outro requerimento aprovado pede que a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e 12 clubes de futebol, incluindo Corinthians, Palmeiras, São Paulo, Flamengo e Santos, "apresentem, de forma espontânea, informações relativas a contratos firmados que tenham por objeto serviços de publicidade, marketing digital e propaganda cujo conteúdo tratar de criptoativos, incluindo qualquer tipo de negociação ou custódia desses ativos".

A CPI também aprovou a convocação dos sócios de duas empresas acusadas pelas autoridades de serem esquemas de pirâmides financeiras com uso de criptomoedas. Serão ouvidos Antônio Ais Neto e Fabrícia Ais, sócios-administradores da Braiscompany, e Francisley Valdevino da Silva, sócio-administrador da Rental Coins.

Os deputados que integram a CPI também chegaram a um acordo para retirar da pauta dois requerimentos apresentados por Ribeiro. O primeiro solicitava que o Google, o Telegram, o TikTok, o Twitter e a Meta - dona do Instagram, Facebook e WhatsApp - apresentassem informações sobre contratos de publicidade ligados a criptoativos.

Já o segundo solicitava as mesmas informações, mas era voltado para grandes grupos de mídia brasileiros, incluindo os responsáveis pelas emissoras de televisão Band, Globo, Record, RedeTV! e SBT. Ainda não há data definida para ouvir cada convidado e convocado aprovado.

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Foco da CPI sobre golpes com criptomoedas

Após ser eleito para presidir a CPI, Áureo Ribeiro destacou que ela terá como foco "analisar os prestadores de serviço do ecossistema cripto", incluindo as corretoras e as tokenizadoras, para averiguar se elas "estão aderindo às regras que garantem a segurança dos investidores e de prevenção de crimes como lavagem de dinheiro".

"A CPI não tem intenção de sufocar o desenvolvimento do mercado de criptoativos ou criar um ambiente hostil para inovações tecnológicas", destacou o deputado. O objetivo, disse, é "fomentar um ambiente seguro e saudável, onde o potencial das criptomoedas possa ser explorado, ao mesmo tempo que protegemos os investidores e evitamos que criminosos se beneficiem das oportunidades oferecidas pelo setor".

O deputado afirmou à EXAME que pretende protocolar uma convocação para que representantes da corretora de criptomoedas Binance compareçam na CPI. O objetivo da convocação, segundo o deputado, é "fazer a discussão" sobre as práticas da empresa e esclarecer aspectos de governança, como a gestão de fundos de clientes. Ribeiro afirmou que a CPI possui poderes para quebrar sigilos bancários e requisitar acesso às informações financeiras da empresa. Ele destacou que a convocação é uma "oportunidade de escuta" para a exchange.

Ele informou ainda que a CPI pretende abordar a criação do BFT, o fan token da CBF, para entender exatamente a lógica financeira do ativo e como se dá o seu funcionamento. Com isso, ele espera que o relatório possa contribuir para o debate sobre a regulação do setor.

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