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Corretora cripto falida, FTX processa ex-funcionários e pede R$ 773 milhões ‘de volta’

Quase 1 ano após escândalo que a levou à falência, FTX processa ex-funcionários que podem ter retirado seus ativos antes por meio de informações privilegiadas

Direito e tecnologia (the-lightwriter/Getty Images)

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Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 22 de setembro de 2023 às 16h43.

A FTX, corretora de criptomoedas que protagonizou um verdadeiro escândalo de falência em novembro do ano passado, deixando funcionários e investidores com um prejuízo bilionário, agora processa ex-funcionários que podem ter utilizado informações privilegiadas para retirar seus ativos da corretora antes da falência.

O processo alega que os ex-funcionários Michael Burgess, Matthew Burgess, Lesley Burgess, Kevin Nguyen e Darren Wong, da Salameda, filial da FTX em Hong Kong, teriam explorado suas conexões pessoais na empresa para priorizar suas retiradas de ativos quando o futuro da FTX se tornou questionável.

“Eles aproveitaram suas conexões com o pessoal do Grupo FTX para garantir que seriam priorizados em relação a outros clientes”, diz o documento.

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A lei dos Estados Unidos determina que em casos de falência, clientes que retiraram seus ativos nos 90 dias anteriores ao pedido podem ser processados pelos credores da empresa falida para receber o dinheiro de volta. Isso se chama “Período de Recuperação”.

As transferências realizadas pelo grupo de ex-funcionários que estão sendo processados somam US$ 157,3 milhões, mais de R$ 773 milhões na cotação atual. Divididas em várias operações, as últimas transferências foram realizadas poucas horas antes da FTX congelar os saques em novembro do ano passado.

Matthew Burgess também é acusado de ter sido o “líder” do grupo pois, apesar de já ter saído do Grupo FTX na época, ele teria “recrutado outros funcionários para aprovar certos pedidos de saque pendentes”.

Os envolvidos no processo também teriam se beneficiado financeiramente do feito, além de terem recuperado seus fundos antes da falência. Segundo o processo, eles negociaram seus ativos por meio de entidades próprias com volumes mensais entre US$ 100 e US$ 400 milhões.

Uma parte considerável do capital comercial das empresas teria se originado no Grupo FTX. “Os réus receberam transferências substanciais de ativos digitais e moeda fiduciária de contas de câmbio associadas a entidades do Grupo FTX, incluindo aproximadamente 13,1 milhões de FTT enviados para Darren Wong, mais de 1 milhão de SOL enviados para Michael Burgess e quase US$ 4 milhões para 'bônus' entre Michael Burgess, Nguyen e Wong”, diz o processo judicial.

O processo também alega que eles obtiveram lucros substanciais ao negociar esses ativos. Darren Wong, por exemplo, teria ganho mais de US$ 70 milhões com negociações da FTT na FTX.com, com cerca de US$ 30 milhões ganhos pouco antes do pedido de falência da FTX. A FTT era a criptomoeda oficial da FTX.

Escândalo da FTX

No último ano, a FTX protagonizou um verdadeiro escândalo envolvendo a má gestão dos ativos de clientes. Tudo começou com o vazamento de dados da Alameda Research, uma das empresas do Grupo FTX, e terminou com polêmicas de poligamia entre executivos e o uso do dinheiro de clientes para comprar mansões nas Bahamas.

Atualmente, o ex-CEO da FTX, Sam Bankman-Fried, está preso e aguarda pelo julgamento agendado para o próximo 3 de outubro. Bankman-Fried foi de uma das personalidades de maior destaque do mercado cripto para “o mais odiado”, segundo ele mesmo.

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