Copa do Mundo pode ajudar na expansão da Web3 (Tim Nwachukwu/Getty Images)
Cointelegraph Brasil
Publicado em 4 de dezembro de 2022 às 09h00.
Maior evento esportivo do planeta, a Copa do Mundo do Catar tornou-se um instrumento preferencial para a aplicação de golpes cibernéticos desde meados deste ano, com um lugar de destaque para as criptomoedas e os tokens não-fungíveis (NFTs, na sigla em inglês), de acordo com um relatório da firma de segurança de dados Kaspersky.
Os analistas da empresa investigaram diversos websites para identificar os cinco golpes cibernéticos mais comuns que se aproveitam do entusiasmo despertado pela Copa do Mundo para roubar fundos e dados de fãs desavisados. A investigação concluiu que golpes de phishing são os mais comuns.
Apesar de os NFTs terem registrado um declínio substancial em volume negociado e interesse ao longo de 2022, os colecionáveis digitais demonstraram ter um grande potencial para substituir os clássicos álbuns de figurinhas entre os fãs do futebol.
A própria Fifa identificou o fenômeno e lançou um marketplace dedicado à comercialização de grandes momentos da história das copas em NFT.
No entanto, isso não impediu que golpistas também criassem outras formas de enganar os usuários valendo-se do poder de atração dos NFTs. Segundo a Kaspersky, sites de apostas proliferaram na criptosfera, oferecendo artes relacionadas às partidas da Copa do Mundo ou mesmo criptomoedas como recompensa para aqueles que acertam os resultados dos jogos.
Para ter acesso aos benefícios oferecidos, normalmente os usuários precisam informar as credenciais de suas carteiras digitais. De posse dos endereços dos fãs, os golpistas obtêm acesso aos fundos, colecionáveis e demais dados relacionados à respectiva carteira.
A criação de criptomoedas que se apropriam de jargões e imagens associados à Copa do Mundo tornou-se uma estratégia prolífica para golpes conhecidos como "puxadas de tapete" (rug pulls, em inglês).
Nesse caso, diz o relatório da Kaspersky, os fraudadores criam moedas sem qualquer utilidade ou valor intrínseco e se valem do torneio para atrair o investimento de usuários através de campanhas massivas em redes sociais.
Além disso, os desenvolvedores inflam o valor do token artificialmente para criar a impressão de que se trata de uma oportunidade imperdível de investimento. Após atraírem uma boa quantidade de investidores e de fundos, os desenvolvedores, que usualmente se mantém anônimos, drenam toda a liquidez do criptoativo e embolsam os fundos dos usuários.
Alguns desses projetos de caráter duvidoso se valem até mesmo de grandes personalidades esportivas para ganhar a confiança dos investidores. É o caso, por exemplo, do World Cup Inu (WCI), que fechou uma parceria com Ronaldinho Gaúcho para utilizar a imagem do ex-craque brasileiro campeão da Copa do Mundo de 2002 em peças de divulgação do token.
Logo que a parceria foi anunciada em 19 de outubro, o token chegou a disparar 112%, batendo em US$ 0,0235. Atualmente, o WCI está cotado a US$ 0,003497, de acordo com dados do CoinMarketCap, acumulando perdas de aproximadamente 85% no período.
As criptomoedas e os NFTs não são os únicos que têm servido de instrumento para os golpistas. De acordo com o relatório da Kaspersky, os outros quatro golpes mais comuns envolvem a venda de ingressos para os jogos no Catar, reserva de passagens aéreas e hotéis, venda de produtos associados à competição e a distribuição gratuita de materiais de merchandising.
Ao mesmo tempo, a Copa do Mundo do Catar também tem o potencial de promover a adesão maciça de usuários à Web3, uma vez que cinco bilhões de pessoas no mundo todo estão acompanhando a 22ª edição do campeonato mundial de seleções organizado pela Fifa.
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