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Consolidado no mercado, Pix gera oportunidade de inovação para empresas, diz executivo

Depois de facilitar pagamentos instantâneos para a população e comerciantes, o Pix começa a avançar em outros setores da sociedade

Pix revolucionou sistema de pagamentos e transferências brasileiro (Rafael Henrique/SOPA/Getty Images)

Pix revolucionou sistema de pagamentos e transferências brasileiro (Rafael Henrique/SOPA/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 22 de outubro de 2022 às 10h00.

Por Gustavo Siuves*

Lançado oficialmente em novembro de 2020 pelo Banco Central, o Pix, modelo de transferência financeira instantânea rapidamente caiu no gosto dos brasileiros. Tanto que “fazer um Pix” se tornou uma frase tão popular quanto “dar um google” no computador e “crédito ou débito” no varejo.

Não à toa, tornou-se recurso obrigatório para empresas que lidam diretamente com serviços financeiros. Não oferecer essa possibilidade a seus clientes significa ficar atrás de seus concorrentes e até colocar em risco a própria operação do negócio. A questão é que, após quase dois anos de atuação na economia brasileira, a solução começa a avançar em outros setores da sociedade.

(Mynt/Divulgação)

Os números que envolvem o Pix realmente são impressionantes. Em agosto de 2022, por exemplo, movimentou mais de R$ 985 bilhões, aproximando-se da marca história de R$ 1 trilhão – em janeiro de 2022, esse índice era de quase R$ 640 bilhões. No mesmo mês, foram mais de 2 bilhões de transações efetuadas.

Atualmente, são cerca de 135 milhões de usuários cadastrados no sistema entre pessoas físicas e jurídicas, quase o número da população acima de 18 anos no país. Eles criaram aproximadamente 498 milhões de chaves, que podem ser o número do celular, CPF, e-mail, entre outras. Poucas soluções financeiras atingiram uma popularidade tão grande em pouco tempo.

Como era de se esperar, as empresas que lidam diretamente com dinheiro e transferência financeira saíram na frente e souberam aproveitar suas vantagens. Um levantamento realizado pelo Bankly indicou que mais da metade das operações Pix acontecem em companhias que contam com recursos de banco digital ou oferecem serviços financeiros diversos a seus clientes por meio do Banking as a Service.

Como essas companhias estão na linha de frente do setor, sabem exatamente quais são os desejos e as necessidades dos clientes. Assim, graças ao surgimento de soluções digitais como o PIX, podem oferecer alternativas que atendem a esses interesses.

A questão é que a análise das operações também mostrou outros setores que recorrem a esse meio de pagamento em suas soluções. Destaque, por exemplo, para os integradores, empresas responsáveis em conectar os serviços de Banking as a Service com o consumidor para melhorar a experiência dele – é a terceira categoria com maior percentual de uso.

Outras áreas importantes envolvem companhias de contabilidade, correspondentes de instituições financeiras, fintechs voltadas à mobilidade urbana, administração de fundos e softwares houses, empresas que desenvolvem sistemas e softwares diversos. Isso mostra um ecossistema diverso que enxerga o Pix como um recurso interessante de aproximação com seus clientes e de otimização de processos – o que exige uma estrutura melhor para incorporar esse tipo de pagamento.

O Pix, portanto, é apenas a face mais conhecida de um movimento maior da transformação digital que ocorre no sistema financeiro como um todo. Trata-se de uma revolução silenciosa que tem como pilar fundamental a proposta do Banking as a Service. Isto é, permitir que empresas possam incorporar e desenvolver suas próprias soluções financeiras de acordo com seus objetivos e suas estratégias. Isso envolve, claro, a adoção de meios de pagamento bastante populares.

A partir do momento que empresas de contabilidade, desenvolvedores de softwares e startups de mobilidade podem criar projetos de finanças sem depender dos bancos tradicionais, se torna um passo natural que vai ao encontro desse novo momento que vivemos na relação com o dinheiro.

O universo relacionado ao mercado financeiro mudou de forma considerável recentemente. Houve maior abertura para a entrada de novos players, o que potencializou a busca por inovação e forçou mudanças na legislação para permitir que essas ideias saíssem do papel.

Há dez anos, por exemplo, fazer uma transferência de valores em tempo real com apoio do smartphone era algo impensável. Hoje, é visto como uma atividade corriqueira. O Pix foi criado justamente para representar essa transformação. Ou seja, oferecer eficiência e simplicidade aos usuários. Essa missão já foi cumprida. Agora, é levar adiante os benefícios e vantagens que esse recurso tem a oferecer para todos.

*Gustavo Siuves é diretor de negócios e marketing do Bankly.

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