Crescimento de realidades virtual, aumentada e mista é tendência nos próximos anos (Reprodução/Reprodução)
Agência de notícias
Publicado em 12 de julho de 2023 às 15h40.
Última atualização em 12 de julho de 2023 às 15h54.
A Comissão Europeia divulgou um relatório nesta semana em que afirma que chamada "realidade ampliada" – termo que engloba as diferentes tecnologias que permite que as pessoas interajam em mundos virtuais – vai criar até 860 mil empregos na Europa até 2025. O órgão executivo da União Europeia destacou o potencial de crescimento desse setor.
A realidade ampliada, ou realidade estendida, também conhecida como XR, é um termo abrangente para tecnologias imersivas, incluindo realidade virtual, realidade aumentada e realidade mista. Para a Comissão Europeia, ela também é um "importante facilitador tecnológico" para o desenvolvimento e a expansão de mundos virtuais.
"Espera-se que o impacto sobre os empregos seja altamente significativo", diz o relatório, observando que outros 1,2 milhão a 2,4 milhões de empregos seriam criados direta ou indiretamente em outros setores até 2025. No entanto, a Comissão observou que, atualmente, a maior parte da inovação em torno do metaverso ocorre nos Estados Unidos, na China e na Coreia do Sul.
"Ao contrário desses países, na União Europeia não há gigantes da tecnologia para liderar o investimento no desenvolvimento de mundos virtuais na próxima década", ressaltou o estudo. A maior parte da atividade do mercado de realidade ampliada na Europa se concentra em jogos, mídia e entretenimento, mas há "muito espaço" para outras aplicações, incluindo nos setores de varejo, saúde, militar, defesa e manufatura.
A Comissão observou que os mundos virtuais, possibilitados por esses dispositivos de realidade ampliada, são uma das tecnologias que vão ditar a "próxima geração" da rede mundial de computadores – nomeada Web4 – em que objetos físicos e digitais se unem em ambientes virtuais em tempo real.
"Estamos no início de uma grande transição tecnológica, a Web4. Os mundos virtuais são um importante facilitador da Web4, que pode revolucionar significativamente a vida cotidiana das pessoas e abrir uma ampla gama de oportunidades em muitos ecossistemas comerciais e industriais", afirmou a Comissão Europeia no relatório.
Alguns exemplos compartilhados no relatório incluem o uso de mundos virtuais para treinar cirurgiões para procedimentos médicos complexos, o uso de "gêmeos digitais" para preservar edifícios de patrimônio cultural ou até mesmo o uso de modelos 3D para solucionar as mudanças climáticas.
Em seu documento de trabalho apresentado ao Parlamento Europeu, a Comissão apresentou um plano para se tornar um "líder mundial" na Web4 e no metaverso. Responsável pelo plano, o comissário Thierry Breton destacou que "a Web4, também conhecida como metaverso, vai permitir a integração entre objetos e ambientes digitais e reais".
"Hoje, a Europa está se preparando para se tornar líder mundial em Web4 e mundos virtuais", disse Thierry Breton, que é o Comissário Europeu para o Mercado Interno. A proposta enviada ao parlamento da União Europeia envolve dez ações para atingir esse objetivo, incluindo a atração de talentos especializados em mundos virtuais para a região, a criação de sandboxes regulatórios para testar novas ideias e o desenvolvimento de padrões globais para metaversos interoperáveis.
"A Europa tem o que é preciso para liderar a próxima transição tecnológica: startups inovadoras, conteúdo criativo rico e aplicações industriais, um papel forte como definidor de padrões globais e uma estrutura jurídica previsível e favorável à inovação", acrescentou Breton.
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