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Conheça a Solana, um dos blockchains que mais se destacou em 2021

A rede que hospeda a criptomoeda SOL é uma das mais novas concorrentes da Ethereum no setor de aplicativos descentralizados, realizando transações em alta velocidade com taxas extremamente baixas

ETF de Solana
: aprovado pela CVM e lançado esse ano pela gestora brasileira Hashdex em parceria com o BTG Pactual, fundo reforça a posição de liderança do Brasil no setor. (NurPhoto/Getty Images)

ETF de Solana : aprovado pela CVM e lançado esse ano pela gestora brasileira Hashdex em parceria com o BTG Pactual, fundo reforça a posição de liderança do Brasil no setor. (NurPhoto/Getty Images)

Coindesk

Coindesk

Publicado em 16 de setembro de 2021 às 15h56.

Última atualização em 4 de fevereiro de 2022 às 11h24.

A Solana é uma plataforma de smart contracts em blockchain construída para facilitar a criação de aplicativos descentralizados (dApps). O projeto foi fundado por Anatoly Yakovenko em 2017, enquanto o seu token nativo, SOL, foi ao ar oficialmente apenas três anos depois em março de 2020.

O projeto busca competir contra plataformas de dApp já existentes, como a Ethereum, com um blockchain que pode processar um máximo de 65 mil transações por segundo (tps), com taxas médias de 0,00025 dólares. Em comparação, a Ethereum pode processar apenas 30 transações por segundo (antes de completar a sua atualização para Ethereum 2.0) com uma média de custo por transação de 4,50 dólares.

Em termos de aplicativos descentralizados rodando na rede, a Solana obteve um crescimento significativo desde seu lançamento e conta com mais de 332 dApps atualmente. A Ethereum, no entanto, ainda é a líder com 2.841.

https://www.youtube.com/watch?v=2pJjL_ViaTE&t=58s

O que torna a Solana única?

Mecanismo de consenso

Uma coisa que diferencia a Solana de outros concorrentes, é a sua abordagem única para o processo de validação de transações. Admiravelmente, Yakovenko incorporou um sistema que registra a data e a hora das transações, de forma que todos os validadores (computadores que comprovam transações no blockchain) tenham uma visão uniforme da ordem na qual novas atividades são executadas dentro do blockchain.

Em outras palavras, esse sistema é essencialmente um tipo de mecanismo de consenso, porque os participantes da rede devem analisar a validade das transações e concordar com um único histórico de acontecimentos – é por isso que todo o conceito se chama proof-of-history (PoH), ou prova de histórico em português.

De acordo com Yakovenko, ele emprestou o conceito que gerou o sistema de verificação de transações da Solana do modelo de base de dados centralizado do Google e da Intel, e o remodelou para se encaixar em uma estrutura descentralizada.

Em adição a esse mecanismo, a Solana também utiliza o mecanismo de consenso da prova de participação (PoS).

Note que blockchains não são governados por uma única entidade. Ao invés disso, os usuários devem exercer seu papel para garantir a segurança e sustentação da rede. Isso é especialmente necessário ao validar transações. Naturalmente, um blockchain requer que os usuários garantam coletivamente que todas as transações executadas na rede são válidas. Em essência, os usuários precisam exercer o papel de validadores.

No entanto, protocolos em blockchain não escolhem usuários indiscriminadamente. Ao invés disso, todos os blockchains esperam que os usuários interessados provem que estão prontos para se tornar validadores ao atender determinados requisitos. Por exemplo, o blockchain do bitcoin espera que os usuários invistam em equipamentos de mineração e apliquem poder computacional à rede para validar as transações de forma contínua.

Nos blockchains como Cardano, Polkadot e Solana, os usuários demonstram suas intenções de se tornar validadores ao fazer o staking, bloqueando a movimentação de seus próprios criptoativos. Ou seja, para que um participante da rede se torne um validador, é necessário colocar em jogo os seus próprios tokens, que funcionam como uma garantia de que as novas transações validadas por eles sejam legítimas.

O protocolo que comanda esse mecanismo de consenso então escolhe aleatoriamente um staker e fornece a essa pessoa o direito de propor e adicionar uma série de novas transações confirmadas no blockchain. O protocolo que comanda todo esse processo se chama proof-of-stake.

Processamento de transações

Ao combinar os protocolos de consenso PoH e PoS, a Solana atingiu uma velocidade de transações sem precedentes, e sem ter que implementar produtos de segunda camada como as side chains. Isso significa que o ecossistema da Solana depende de apenas uma cadeia, ao contrário do que acontece com outros ecossistemas que optam por compartilhar cargas de transações através de múltiplos blockchains interoperáveis. Essa é uma funcionalidade conhecida como “sharding”, que deve se estabelecer na atualização da Ethereum para a Ethereum 2.0. Polkadot e Zilliqa são outros exemplos de plataformas de dApps que também se beneficiam do sharding para melhorar suas capacidades de processamento de transação.

A infraestrutura da Solana é incrivelmente rápida, e um novo bloco é criado a cada 400 milissegundos. Em comparação, aqui está uma lista do tempo que diversas plataformas de dApps importantes demoram para criar um bloco:

Quais funcionalidades a Solana tem?

Algoritmo Tower Byzantine fault tolerance (BFT)

O protocolo Tower BFT reforça o mecanismo de consenso PoH de forma que os validadores acessem apenas uma única fonte global por vez. Com isso, a rede pode ter um relógio sincronizado e eliminar a necessidade de computar e armazenar no blockchain os registros de data e hora de transações anteriores. Em comparação, outros blockchains permitem que os validadores selecionem transações não confirmadas aleatoriamente – sem levar em conta a ordem na qual elas foram executadas – e carregá-las sequencialmente no blockchain.

Por conta dessa abordagem, outros blockchains tiveram que considerar os registros de data e hora como parte dos requisitos para adicionar novas transações em sua rede. Na Solana, com o mecanismo de consenso PoH e com o algoritmo BFT, o protocolo elimina a necessidade de que validadores processem os registros de data e hora, aumentando o espaço para o foco em outros aspectos do processo de validação de transações.

 Gulf Stream

A Solana utiliza um sistema chamado Gulf Stream, para eliminar a necessidade de uma mempool. Pense em uma mempool como uma sala de espera para as transações que ainda não foram confirmadas. É lá que os validadores selecionam transações e posteriormente as adicionam ao blockchain. Na Solana, as transações são encaminhadas para os validadores antes mesmo da finalização dos status de novos blocos de transação. Com isso, o blockchain da Solana garante que não existe uma lista de espera de transações que ainda não foram confirmadas.

Sealevel

A Solana aumenta sua capacidade de processamento ao permitir que smart contracts rodem de forma paralela em sua blockchain. Essa tecnologia, apelidada de Sealevel, expande a escalabilidade da Solana para que diversos smart contracts funcionem simultaneamente sem diminuir a velocidade do blockchain.

Wormhole

A funcionalidade da Solana, apelidada de Wormhole, introduz uma conexão sem intermediários entre os blockchains Solana, Ethereum, Binance Smart Chain e Terra. Isso permite que os usuários transfiram entre si os tokens (fungíveis e não fungíveis) criados nesses ecossistemas, e também permite que dApps compartilhem uma série de informações, como dados de oráculos e liquidez.

Por que a Solana prioriza velocidade?

Assim como a Ethereum, a Solana suporta smart contracts – programas de execução automática que executam funções quando condições pré-definidas são atendidas. Consequentemente, os desenvolvedores podem lançar e operar seus aplicativos na Solana.

Como testemunhamos no ecossistema Ethereum, um alto processamento de transações sempre é um dos requisitos principais, especialmente quando aplicações em blockchain estão envolvidas. Por isso que a Ethereum está passando por uma grande atualização. Dessa forma, o time de desenvolvimento da Solana sempre buscou as melhores formas para otimizar os resultados de sua blockchain.

A Solana busca hospedar o crescente setor DeFi e contribui ativamente para o popular mercado de NFTs. Uma das primeiras grandes coleções de NFT lançadas no blockchain da Solana, chamada Degenerate Ape Academy, que esgotou em oito minutos e transacionou mais de 69 milhões de dólares.

O token SOL

Como mencionado anteriormente, SOL é o ativo digital nativo do blockchain da Solana, e ocupa atualmente a sétima posição no ranking das 10 maiores criptomoedas do mundo em capitalização de mercado. No momento, existem 296.831.831 unidades de SOL em circulação, com uma capitalização de mercado de 45,7 bilhões de dólares.

A SOL funciona como um token de utilidade para a compensação de taxas de transação, de forma similar ao Gas fee da Ethereum, e também é a moeda base para o staking da rede Solana. Em essência, você teria que fazer o staking de SOL para se tornar um validador, ou ganhar as recompensas do staking na plataforma. Contudo, note que a SOL não é o único ativo digital disponível no ecossistema da Solana. Assim como a Ethereum, a Solana é um blockchain de multíplos ativos, no qual aplicativos individuais operam na rede e podem emitir tokens de forma independente.

Texto traduzido e republicado com autorização da Coindesk

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