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Conglomerado cripto DCG deixa de pagar R$ 3 bilhões em dívida com Gemini

Corretora de criptomoedas criada pelos irmãos Winklevoss deveria ter recebido o pagamento na última semana, o que não ocorreu

Genesis, parte do DCG, declarou falência em 2023 (Reprodução/Reprodução)

Genesis, parte do DCG, declarou falência em 2023 (Reprodução/Reprodução)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 22 de maio de 2023 às 14h27.

O Digital Currency Group, um dos principais conglomerados de empresas do mercado de criptomoedas, não cumpriu o prazo de pagamento de uma dívida de US$ 630 milhões (R$ 3,1 bilhões, na cotação atual) com a exchange Gemini. O pagamento deveria ter ocorrido na semana passada e se refere a uma das companhias do grupo, a Genesis.

A informação sobre o calote foi compartilhada pela Gemini, uma empresa controlada pelos investidores Tyler e Cameron Winklevoss, conhecidos por afirmarem que ajudaram na criação do Facebook. Desde 2022, a empresa enfrenta uma disputa com o DCG e a Genesis, que declarou falência neste ano.

A origem do embate está em um programa de staking - depósito de criptomoedas com recebimento de passivos mensais - oferecido pela Gemini. Os fundos depositados eram enviados à Genesis, que os usava para realizar empréstimos e outras operações. Entretanto, as falências de empresas cripto que atingiram o setor em 2022 mergulharam a companhia em uma crise.

A situação da Genesis piorou após a falência da exchange FTX, em que ela tinha depositado parte dos seus fundos, que seguem inacessíveis. Com isso, a empresa enfrentou uma crise de liquidez, precisou congelar saques e, meses depois, acabou declarando sua falência.

Desde então, a relação entre o DCG e a Gemini piorou, com os Winklevoss criticando a organização e buscando reaver os fundos dos seus clientes. De acordo com Cameron Winklevoss, o conglomerado deve US$ 900 milhões à corretora devido a um empréstimo para a Genesis.

Investigação da SEC

A Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC, na sigla em inglês) está investigando o caso e acusa as duas companhias de estarem vendendo ativos mobiliários não registrados a partir do programa de staking da Gemini, conhecido como "Earn". “Alegamos que a Genesis e a Gemini ofereceram valores mobiliários não registrados ao público, ignorando os requisitos de divulgação destinados a proteger os investidores”, disse o presidente da SEC, Gary Gensler, no comunicado.

Gensler acrescentou que as acusações “se baseiam em ações anteriores para deixar claro ao mercado e ao público investidor que as plataformas de empréstimo de criptomoedas e outros intermediários precisam cumprir nossas leis de valores mobiliários testadas pelo tempo". “Não é opcional. É a lei", reforçou o órgão dos EUA.

Em uma carta aberta divulgada em 10 de janeiro, Winklevoss afirmou que mais de 340 mil usuários faziam parte do programa "Earn", que foi oficialmente encerrado em 8 de janeiro. Tyler Winklevoss, co-fundador da Gemini, criticou o regulador, chamando as alegações de “super idiotas” e um “tíquete de estacionamento esfarrapado". Ele alegou ainda que a SEC estava “ganhando pontos políticos". O órgão não informou porque realizou as acusações apenas agora, dois depois do lançamento do programa.

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