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Confira 3 motivos que podem frear a tendência de alta do bitcoin

O bitcoin recuperou mais de 50% da baixa vivenciada entre abril e julho em um forte movimento de alta nas últimas semanas, que pode sofrer uma desaceleração

Estudos técnicos indicam que a criptomoeda pode se consolidar antes de escalar a resistência crítica de 51.110 dólares (Siegfried Layda/Getty Images)

Estudos técnicos indicam que a criptomoeda pode se consolidar antes de escalar a resistência crítica de 51.110 dólares (Siegfried Layda/Getty Images)

Coindesk

Coindesk

Publicado em 24 de agosto de 2021 às 17h49.

Última atualização em 27 de agosto de 2021 às 10h45.

O bitcoin subiu 70% nas últimas quatro semanas, alcançando o patamar de 50 mil dólares pela primeira vez em três meses. Enquanto a alta aparenta ter sido responsável por recuperar o viés otimista sobre os preços do criptoativo, de acordo com algumas métricas on-chain, o bitcoin ainda pode demorar um bom tempo para alcançar e superar a sua máxima histórica de preço.

Aumento no fluxo transferências de bitcoins para corretoras

O número de bitcoins em carteiras de corretoras está crescendo, em oposição ao mais recente fluxo de saída, e pode ser um sinal de que os investidores estão mais propensos a vender seus bitcoins.

De acordo com a Glassnode, as corretoras de criptomoedas receberam cerca de 16.606,80 unidades de bitcoin na última segunda-feira, 23. Este é o maior fluxo de entrada diário nos últimos trinta dias. Na última semana, mais de 29.000 BTC foram movidos para corretoras. “Não é uma tendência que gostaríamos que continuasse”, William Clemente, analista da Blockware Solutions, publicou no Twitter.

 

(Glassnode/Coindesk/Reprodução)

Em uma boa parcela das vezes, os investidores movimentam suas criptomoedas de suas carteiras digitais para corretoras quando planejam vendê-las. Assumindo que a pressão do lado da demanda continua igual, o aumento no balanço das corretoras pode frear o rally do bitcoin, mesmo que temporariamente.

O balanço das corretoras teve uma redução de mais de 100.000 bitcoins nas três semanas que antecederam a última quinta-feira, 19 , refletindo um amplo sentimento de otimismo no mercado. O bitcoin atingiu o seu fundo na faixa dos 30.000 dólares, e subiu até os 45.000 dólares durante esse mesmo período.

Redução na acumulação de grandes investidores

Baleias, ou grandes investidores com a habilidade de criar ou romper tendências do mercado, que acumularam unidades da criptomoeda após as quedas nos preços em meados de maio, começaram a diminuir as suas posições no bitcoin.

A quantidade de bitcoins sob a posse de entidades que controlam endereços que têm entre 1.000 e 10.000 bitcoins sofreu uma redução de quase 75.000 bitcoins nas últimas três semanas, de forma contrária ao aumento dos preços.

(Glassnode/Coindesk/Reprodução)

O termo "entidades" se refere a um conjunto de endereços que são controlados por um único participante da rede. Esses grandes investidores começaram a acumular mais unidades de bitcoin durante a sua queda até a faixa dos 30 mil dólares em meados de maio, sinalizando o fundo do movimento de baixa. O bitcoin se manteve nesta região, que agiu como um suporte nas semanas subsequentes, e teve uma forte alta neste mês.

O mais recente movimento nos preços também é um reflexo do enfraquecimento no lado comprador. “O fracasso em encerrar o dia acima do patamar de 50 mil dólares demonstra certa fraqueza na demanda”, notou a QCP Capital em seu canal no Telegram. O bitcoin emplacou uma alta até os 50.496 dólares na segunda-feira, 23, mas encerrou o dia abaixo dos 50 mil dólares. No momento, a criptomoeda é negociada por 47.938 dólares.

De acordo com a QCP Capital o criptoativo não deve vivenciar uma alta exponencial como a que ocorreu no final de 2020. A empresa ainda mencionou que a calma contínua na volatilidade implícita, ou as expectativas de investidores por turbulências nos preços, e o desconto no Bitcoin Trust da Grayscale seriam as razões por trás da diminuição do otimismo e do apetite comprador no mercado.

A volatilidade implícita mensal anualizada teve uma queda de aproximadamente 82% esse ano, mesmo com a alta do bitcoin até a faixa dos 50 mil dólares nesta segunda-feira, 23. Enquanto isso, as cotas do GBTC foram negociadas com um desconto de 14% em relação ao valor líquido do ativo nesta segunda-feira, de acordo com dados da Skew. “Como proxy para a taxa de juros norte-americana, o GBTC deve ao menos ser negociado sem desconto se nós esperamos um forte acompanhamento do movimento no mercado à vista”, disse a QCP Capital.

“A negociação mais clara para nós é a de volume vendido (venda ou venda de opções de compra) conforme esperamos que o mercado se estabilize na faixa de 48.000 a 51.000 dólares”, adicionou a empresa.

Resistências e outros indicadores técnicos

Estudos técnicos indicam que a criptomoeda pode se consolidar antes de testar a resistência crítica de 51.110 dólares, situada na retração de 61,8% de Fibonacci do movimento de baixa entre abril e julho.

O índice de força relativa (RSI) dos últimos 14 dias está lateralizado e não demonstra uma predisposição clara para nenhuma direção. “Um triângulo de consolidação no RSI também reflete a hesitação no mercado, apesar de sua ação positiva nos preços”, disse a QCP Capital.

(TradingView/Coindesk/Reprodução)

Os indicadores DeMARK sinalizam uma exaustão do movimento de alta no curto-prazo, de acordo com a pesquisa semanal da Fairlead Strategies publicada nesta segunda-feira, 23. No gráfico semanal, o estocástico também sinaliza condições de sobrecompra.

“O bitcoin está chegando na resistência existente na área da retração de 61,8% de Fibonacci, próximo da faixa de 51 mil dólares, que pode ser um patamar natural para uma pausa no rally no curto-prazo”, disse Katie Stockton, fundadora da Fairlead Strategies.

No entanto, Stockton adicionou que, no longo prazo, o movimento de alta se fortaleceu, com a média móvel de 200 dias subindo novamente. Por conta disso, a criptomoeda pode eventualmente superar a resistência no patamar de 51.110 dólares.

Texto traduzido e republicado com autorização da Coindesk

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