Repórter do Future of Money
Publicado em 12 de fevereiro de 2025 às 15h14.
A computação quântica promete ser uma das tecnologias mais promissoras e impactantes dos próximos anos, e ela pode trazer um benefício inesperado para o bitcoin. Ao menos é nisso que acredita Paolo Ardoino, CEO da Tether, empresa responsável pela maior criptomoeda pareada ao dólar do mundo, a USDT.
Em uma publicação no X, antigo Twitter, no último sábado, 8, Ardoino compartilhou uma previsão que chamou a atenção do mercado. Ele avalia que, no momento, "a computação quântica ainda está muito longe de ter uma chance de quebrar a criptografia do bitcoin".
Entretanto, o executivo acredita que chegará um momento em que a computação quântica será capaz de quebrar essa criptografia, o que permitiria acessar qualquer endereço de carteira digital no blockchain da criptomoeda e, até movimentar unidades do ativo.
Ardoino afirma que, antes disso ocorrer, desenvolvedores conseguirão criar novas criptografias que garantirão a segurança do blockchain e evitarão esses ataques. Porém, ainda seria possível usar a computação quântica para "resgatar" unidades de bitcoin que hoje estão perdidas.
Não há um número exato de quantas unidades do ativo estão inacessíveis e paradas em carteiras digitais, sem movimentações. Um estudo da Coinshares de 2020 indica que o montante pode chegar a 20% de toda a oferta da criptomoeda, enquanto outros estudos indicam que a cifra pode chegar a 30%.
Estimativas indicam que cerca de 2,5 milhões de unidades de bitcoin poderiam estar perdidas, valendo mais de US$ 250 bilhões. Mas Ardoino projeta que será possível quebrar a criptografia dessas carteiras, acessá-las e trazer as unidades da criptomoeda de volta para o mercado.
Se isso ocorrer, poderia haver um choque repentino de aumento de oferta do ativo, com possíveis desvalorizações temporárias de preço, mas haveria o benefício de aumento de liquidez no mercado. Ainda não se sabe, porém, quando a computação quântica conseguiria chegar nesse nível.
Dentre os bitcoins perdidos no mercado, os mais famosos pertencem a Satoshi Nakamoto, o misterioso criador da criptomoeda. Desde o seu desaparecimento, há mais de 10 anos, as cerca de US$ 108 bilhões em unidades estão inacessíveis e paradas. Recentemente, uma empresa conseguiu identificar todas as carteiras que pertenciam ao desenvolvedor.