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Como salvar a Amazônia? Empresa brasileira diz que NFTs são a resposta

Uma empresa chamada Nemus quer vender tokens não fungíveis (NFTs) que permitem que os compradores patrocinem a preservação de áreas específicas da selva

NFTs para os menores lotes são vendidos por US$ 150, e o maior custa US$ 51 mil (Leo Correa/Glow Media/AP)

NFTs para os menores lotes são vendidos por US$ 150, e o maior custa US$ 51 mil (Leo Correa/Glow Media/AP)

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Reuters

Publicado em 28 de março de 2022 às 12h57.

Última atualização em 1 de abril de 2022 às 10h59.

Uma empresa brasileira que é dona de 410 quilômetros quadrados da floresta amazônica está oferecendo uma nova maneira de financiar a conservação: vender tokens não fungíveis (NFTs) que permitem que os compradores patrocinem a preservação de áreas específicas da selva.

Os NFTs são títulos de propriedade sobre bens digitais que podem ser negociados por valores monetários e podem representar tudo desde desenhos de macacos a roupas para serem usadas por avatares em metaversos, um negócio que já movimenta bilhões de dólares mundo afora.

Outras tentativas de financiamento via NFTs incluem planos para uma reserva de vida selvagem na África do Sul.

No Brasil, uma empresa chamada Nemus começou na sexta-feira a vender NFTs que dão aos compradores o patrocínio exclusivo de diferentes tamanhos na floresta, com as receitas destinadas a preservar árvores, regenerar áreas devastadas e promover o desenvolvimento sustentável.

Quem tiver os tokens não possuirá a terra em si, mas terá acesso a informações importantes sobre a sua preservação, de imagens de satélite a licenciamento e outros documentos, disse o fundador da Nemus, Flávio de Meira Penna.

NFT de ilustração de uma jaguatirica feita pelo artista gráfico de Los Angeles Ben Kwok ofertido pela empresa brasileira

NFT de ilustração de uma jaguatirica feita pelo artista gráfico de Los Angeles Ben Kwok ofertido pela empresa brasileira (NEMUS/Handout)

Ele disse que a Nemus vendeu 10% de sua oferta inicial de tokens para 8 mil hectares no primeiro dia.

“Meu palpite é que isso acelerará rapidamente nas próximas semanas”, disse Penna à Reuters, acrescentando que a tecnologia blockchain garantiria a transparência do uso dos fundos.

Os lotes variam de tamanho, de um quarto de hectare a 81 hectares, que os compradores poderão localizar em mapas online.

NFTs para os menores lotes são vendidos por US$ 150, e o maior custa US$ 51 mil, disse Penna, que espera arrecadar entre quatro e US$ 5 milhões para comprar mais 2 milhões de hectares de terra que já estão sendo negociados na cidade de Pauini, no estado do Amazonas.

Além de preservar a floresta, Penna disse que as receitas ajudariam a apoiar projetos de desenvolvimento sustentável, como a colheita de açaí e castanhas por comunidades locais em Pauini, que é do tamanho da Bélgica.

Cada token contém uma arte de uma planta ou animal da Amazônia e é processado pela Concept Art House, com sede em São Francisco, uma desenvolvedora de conteúdo e publicadora de NFTs.

Críticos têm questionado o valor de NFTs para causas ambientais porque os tokens que usam a tecnologia blockchain precisam de muita potência de computação, elevando a demanda de geração elétrica que emite gases do efeito estufa.

Penna rejeitou essa opinião, dizendo que a preservação de áreas ameaçadas da Amazônia compensa muito o custo ambiental de transações de NFTs.

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