Repórter colaborador
Publicado em 3 de janeiro de 2025 às 15h00.
A unidade iShares da BlackRock oferece mais de 1.400 fundos negociados em bolsa ao redor do mundo, mas nenhum deles teve um desempenho tão bom quanto o Bitcoin Trust (IBIT) em 2024.
Segundo reportagem da Bloomberg, ele quebrou recordes do setor no ano passado, que também foi quando ele estreou no mercado dos Estados Unidos. Em apenas 11 meses, ele atingiu mais de US$ 50 bilhões em ativos. Nenhum ETF teve uma estreia melhor em toda a história do segmento.
O tamanho do IBIT aumentou para o equivalente aos ativos combinados de mais de 50 ETFs focados no mercado europeu, muitos dos quais existem há mais de duas décadas. Nate Geraci, presidente da empresa de consultoria The ETF Store, chamou-o de "o maior lançamento na história do ETF".
Como disse o analista da Bloomberg Intelligence James Seyffart: "O crescimento do IBIT não tem precedentes. É o ETF mais rápido a atingir a maioria dos marcos, mais rápido do que qualquer outro ETF em qualquer classe de ativos".
Considerando o seu nível atual e uma taxa de despesa de 0,25%, o IBIT pode ganhar cerca de US$ 112 milhões em investimentos por ano, acrescentou o analista.
E o sucesso do IBIT envolve muito mais do que apenas acumular grandes números para a BlackRock. O fundo faz parte do que acabou sendo um ponto de virada para o próprio bitcoin.
A BlackRock é a maior gestora de ativos do mundo, com mais de US$ 11 trilhões sob gestão. E a adoção pela gigante do mercado financeiro ajudou a impulsionar o preço do bitcoin para um recorde acima de US$ 70 mil em março e para o movimento de alta do ativo até os US$ 100 mil no final de 2024.
Um dos grandes benefícios trazidos pelo ETF da BlackRock e os outros fundos da criptomoeda foi a capacidade de trazer investidores institucionais e indivíduos anteriormente céticos para o mundo cripto.
Geraci acredita que o IBIT em 2025 pode superar o SPDR Gold Shares, o maior ETF de ouro, a não ser que ocorra um colapso no preço do bitcoin, o que não está no radar até agora.
O IBIT e os outros ETFs de bitcoin desempenharam um papel fundamental na alta de 118% no preço do ativo no acumulado do ano passado. Desde o lançamento, o IBIT viu apenas nove dias de saídas maiores que entradas e, em média, responde por mais de 50% do volume diário de negociação entre o grupo.
"Consistente com a tendência do mercado de opções de ETF de concentrar a atividade das negociações, os fundos da Fidelity e da Grayscale, os mais ativos das categoria, tiveram, cada um, uma média de aproximadamente 1% do volume diário do IBIT", de acordo com uma nota da empresa de pesquisa Asym500.
"Embora existam milhares de ETFs nos EUA e mais de mil com opções listadas, estabelecer liquidez de opções em nível institucional tem se mostrado bastante difícil. Apenas 13 ETFs tiveram uma média de mais de US$ 1 bilhão em volume nocional por dia nos últimos 3 meses", destacou a empresa de pesquisa.
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