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Como não enlouquecer com seus investimentos em cripto quando o mercado cai

Investidores mais veteranos não se incomodaram com as recentes quedas nos preços das criptomoedas. Entenda o porquê e saiba como encontrar a paz interior quanto a isso

Natureza cíclica dos mercados de criptomoedas já enfrentou quedas maiores antes (D-Keine/Getty Images)

Natureza cíclica dos mercados de criptomoedas já enfrentou quedas maiores antes (D-Keine/Getty Images)

Coindesk

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Publicado em 11 de janeiro de 2022 às 18h49.

Por David Z. Morris*

O bitcoin e outras criptomoedas estão vivendo semanas difíceis. No último mês, o preço da criptomoeda chegou a cair quase 20%, embora dê sinais de recuperação nesta terça-feira, 11. Segundo dados da CoinGecko, o valor total do mercado de criptomoedas teve um pico em 10 de novembro e quedas constantes desde então. Os preços mínimos de alguns NFTs também começaram a dar sinais de fraqueza.

Para um número verdadeiramente impressionante de recém-chegados no mundo cripto, isso pode ser uma experiência nova. Nos últimos dois anos, houve um crescimento incrível em plataformas como a Coinbase, onde os usuários verificados aumentaram de 37 milhões no segundo trimestre de 2020 para 68 milhões no segundo trimestre de 2021, e depois para 73 milhões no terceiro trimestre.

Isso provavelmente se traduz em dezenas de milhões de investidores dos criptoativos que nunca experimentaram um verdadeiro “crash” no mercado de criptomoedas, muito menos um “inverno cripto” prolongado. Não é possível afirmar com certeza que estejamos em nenhum deles, mas ambos são possibilidades – e para novos participantes, vale a pena fazer alguma preparação psicológica.

Primeiro, precisamos de perspectiva. O bitcoin caindo para 40 mil dólares não soa exatamente como o apocalipse para quem está nesse espaço há muito tempo. A maior criptomoeda do mundo subiu para esse preço pela primeira vez há apenas um ano, em janeiro de 2021. Ele até caiu bem abaixo desse patamar em julho, quando esteve abaixo dos 30 mil dólares. Analisando um período mais longo de tempo, a queda atual de 38% do bitcoin em relação ao recorde de novembro nem sequer está entre as maiores quedas do token: em 2018, o preço caiu 84% em apenas algumas semanas.

Em suma, aqueles que compraram em momentos de maior hype provavelmente estão se sentindo mal agora, mas muitos outros investidores – aqueles que buscavam bons pontos de entrada para acumular – ainda estão lucrando. Essa é talvez a lição mais importante no investimento em criptomoedas: por serem tão acessíveis e terem tanta liquidez, esses ativos estão sujeitos a grandes e rápidas oscilações de sentimento, levando a topos frágeis. Ainda mais do que em ações, o conselho atemporal de Warren Buffett se aplica: "tenha medo quando os outros forem gananciosos e seja ganancioso quando os outros estiverem com medo".

A queda acentuada mais recente ocorreu em julho, quando superou os 50%. O preço se recuperou com facilidade dessa queda, parcialmente impulsionado por grandes desenvolvimentos subsequentes, como a adoção como moeda oficial por El Salvador e as novas funcionalidades do Twitter. Algo semelhante poderia reverter a tendência atual, embora as condições do mercado como um todo apontem na direção errada. Acima de tudo, a intenção do Federal Reserve dos EUA de diminuir a oferta monetária este ano será um empecilho para a proposta específica de “proteção contra a inflação” do bitcoin e provavelmente restringirá o financiamento de startups e outros investimentos especulativos de forma mais ampla.

Mas o que parece permanecer intacto é a natureza cíclica da adoção, dos juros e dos mercados de criptomoedas. Esse padrão se manteve durante a maior parte da última década. Cada boom de criptomoedas atrai um enorme fluxo de especuladores e investidores de venture capital, muitos dos quais têm apenas uma vaga compreensão da tecnologia e porque ela é importante. Muitos desses novos participantes são influenciados pelo medo de perder uma oportunidade a comprar um ativo cujo preço está no topo. Com a mesma frequência, eles se superam comprando algum token anunciado pelos fundadores como “o próximo bitcoin”, que acaba sendo uma farsa barata ou apenas uma má ideia. No ciclo atual em particular, a “desvinculação” entre os criptoativos se acelerou, e a diferença entre as boas e as más apostas foi enorme.

Alguns daqueles que se dão mal – como está acontecendo com muitos novatos agora – pegam suas coisas e vão para casa, amargurados e ressentidos. Mas uma grande parte deles realmente permanece, aprende com seus erros e, finalmente, acaba ainda mais profundamente envolvida e comprometida. Recém-armados com compreensão, eles formam uma falange ainda mais forte de usuários e defendem a próxima vez que a ação no preço chamar a atenção do público. Este ciclo obviamente não pode continuar para sempre. Eventualmente, o bitcoin encontrará um preço “correto” mais estável. Talvez seja algo em torno de 50 mil dólares e isso já até aconteceu - embora eu pessoalmente não pense assim.

O ritmo de novas ideias, integrações e de adoção (principalmente por estados-nação) provavelmente permanecerá alto, independentemente da ação no preço. Isso, junto com os literalmente milhões de pessoas novas aprendendo, usando e até desenvolvendo sistemas em blockchain, poderá formar uma base sólida para a próxima rodada de entusiasmo e crescimento, seja em três meses ou três anos. Qualquer cenário é possível agora. Posicione seu portfólio – e suas expectativas – de acordo.

* David Z. Morris escreve para a CoinDesk.

Este é um conteúdo da CoinDesk. O texto não reflete necessariamente a opinião da Exame.

Texto traduzido por Mariana Maria Silva e republicado com autorização da Coindesk

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