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Com estratégia ousada, pequeno país da Ásia lucra US$ 200 milhões com bitcoin

Com menos de 800 mil habitantes, pequena nação da Ásia aproveitou mineração de bitcoin para acumular fortuna na criptomoeda

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 27 de novembro de 2024 às 14h00.

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El Salvador se tornou o país mais conhecido globalmente quando o assunto é bitcoin. A nação da América Central tornou o ativo uma moeda legal e acumula mais de 5.944 unidades da criptomoeda desde então. Entretanto, ela está longe de ser o país com mais bitcoins no mundo. Mesmo desconsiderando países que o superaram por meio de operações policiais, como os Estados Unidos, ainda há um que sai na frente: o Butão.

O país da Ásia é conhecido principalmente por ter criado o conceito de "happytalismo", ou Capitalismo da Alegria, em que busca medir a alegria dos seus cidadãos como parte das avaliações sobre sua economia. Com menos de 800 mil habitantes, ele possui um PIB (Produto Interno Bruto) de cerca de US$ 3 bilhões.

Mas, com o avanço das criptomoedas, outro dado passou a chamar a atenção do mercado. Hoje, o país conta com pouco mais de 12 mil unidades de bitcoin. Considerando a cotação atual do ativo, o valor supera a casa dos US$ 1 bilhão, ou seja, já é equivalente a 1/3 do PIB do país. E a forma como o Butão chegou nesse número também é diferente.

No caso de El Salvador, por exemplo, quase todos os bitcoins foram compras, a partir da estratégia de 1 compra de bitcoin por dia. Uma pequena fatia, de 400 unidades, foi obtida a partir da mineração, usando energia geotérmica gerada por um dos 170 vulcões do país.

Já no Butão, o caso é o contrário: todas as unidades foram adquiridas a partir do processo de mineração. A estratégia é comandada pela Druk Holdings, um fundo estatal controlado pelo governo do Butão que firmou parcerias com diversas mineradoras da criptomoeda. A operação ficou famosa por realizar aportes em diferentes setores do mercado financeiro, incluindo o de criptomoedas, como forma de gerenciar e expandir a riqueza do país.

“O Butão construiu instalações de mineração de bitcoin em vários locais. Ao contrário da maioria dos governos, os bitcoins do Butão não vêm de apreensões de ativos pelas autoridades, mas sim de operações de mineração, que aumentaram dramaticamente desde o início de 2023", afirma a empresa Arkham Intel.

Pelos dados, o Butão é, atualmente, o país com a quarta maior reserva da criptomoeda, à frente de economias muito maiores e mais desenvolvidas. A nação apenas confirmou a estratégia em 2023. Segundo a Druk Holdings, financiamento de operações de mineração ocorre "há alguns anos", começando em um período em que o preço do bitcoin estava na casa dos US$ 5 mil.

Na prática, o lucro com a operação já é bilionário. Mas, apenas neste mês de novembro, a cifra também é relevante: considerando a variação do bitcoin de US$ 73 mil para os US$ 90 mil atuais, o lucro supera os US$ 210 milhões. O valor também é superior aos ganhos de El Salvador, de pouco mais de US$ 100 milhões.

Neste ano, o governo do Butão anunciou que pretende investir cerca de US$ 500 milhões para expandir sua operação de mineração da criptomoeda. A ideia é que o investimento aumente em seis vezes a capacidade de geração de energia para as operações de mineração, indo dos 100 megawatts de potência atuais para 600 megawatts.

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