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Colômbia usa criptomoeda em transações de exportação de adubo e besouros criados em aterro sanitário

Criado pela empresa Tierra Viva Escarabajos, Kmushicoin é utilizado como pagamento pelas exportações e também é aceito pela população de Tunja, e outras cidades.

 (Reprodução/Reprodução)

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Cointelegraph
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Publicado em 13 de agosto de 2024 às 17h40.

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Em 2019, enquanto observava os aterros sanitários de Tunja, cidade do departamento colombiano de Boyacá, onde as larvas se alimentam antes de se tornarem besouros rinocerontes, o engenheiro ambiental German Viasus teve a ideia de unir o processo de compostagem à tecnologia blockchain: nascia o Kmushicoin, token utilizado como pagamento na exportação dos besouros e adubo produzido pela empresa de Viasus, a Tierra Viva Escarabajos.

“Seu objetivo e trabalho é receber toneladas de resíduos orgânicos produzidos diariamente pelas pessoas em suas vidas e trabalhos diários, e convertidos em adubo 100% orgânico através de processo natural pela criação de besouros ZOO que processam todos os resíduos e os transformam em adubo, de alta qualidade a um baixo custo”, diz o white paper do projeto.

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Transacionado através da carteira digital e serviços de pagamento digital PayPal e utilizando os serviços de gateway da CoinPayments, segundo o que consta no white paper, o Kmushicoin possui uma blockchain própria e também é aceito em diversos locais de Tunja, Bogotá e Medellín, além de algumas empresas que aceitam a moeda como pagamento.

Segundo uma publicação da AFP, apenas um aterro sanitário de Tunja recebe o lixo produzido por 130 municípios da Colômbia. O que já resultou em conflitos recentes entre moradores da região e a empresa responsável pela coleta dos resíduos, por suposto mau manejo do lixo.

Por sua vez, o projeto de German Viasus recebe semanalmente 15 toneladas de dejetos produzidos por cerca de 40 mil pessoas dos municípios vizinhos de Soracá, Jenesano, Arcabuco e Samacá.

O local pode ser considerado um banquete para as milhares de larvas dos besouros rinocerontes, que, na fase adulta, são exportados como animais de estimação para o Japão enquanto o cocô das larvas é vendido para o exterior como fertilizante.

Os besouros também podem ser considerados a volta por cima de Viasus, que havia falhando anteriormente em um processo semelhante com o uso de lombrigas, até chegar a Tunja, no ano 2000.

De acordo com Viasus, as larvas vivem aproximadamente quatro meses antes de começarem a metamorfose para conquistarem suas carapaças duras que caracterizam esses besouros, cuja vida varia entre alguns meses a três anos e são vendidos para outros países além do Japão, como Alemanha, Canadá, França, Estados Unidos. Isso, quando não são adotados por lares colombianos, onde são considerados amuletos de sorte. Já o Kmushicoin surgiu como alternativa para evitar as taxas bancárias dos bancos pelos pagamentos vindos do exterior.

Segundo ele, as espécies comercializadas são os Dynastes Hercules, com tonalidade marrom no abdômen, Dynastes Neptunus, que são um pouco maiores, e Megasoma Elephants, com um chifre proeminente, todas dos ecossistemas da América Central e do Sul.

"O mundo está tão poluído que estamos sufocando com esse lixo", disse o vendedor de eletrônicos Jefferson Bastidas à AFP em Tunja, acrescentando que aderiu à iniciativa para ajudar o meio ambiente e colocar seu negócio na "vanguarda da tecnologia".

No momento desta edição, o token Kmushicoin (KTV), desenvolvido por Carmelo Campos, programador-chefe do Tierra Viva, valia US$ 0,034 com US$ 693,6 mil em capitalização de mercado totalmente diluída entre o suprimento total de 20 milhões de tokens.

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