Future of Money

Colômbia diz que Worldcoin, projeto de Sam Altman, viola leis de privacidade

Iniciativa busca criar "identidade digital global" a partir do registro da íris de usuários, mas levantou preocupações de autoridades

Sam Altman é um dos responsáveis pelo Worldcoin (Justin Sullivan/Getty Images)

Sam Altman é um dos responsáveis pelo Worldcoin (Justin Sullivan/Getty Images)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 26 de agosto de 2024 às 15h21.

A Superintendência de Indústria e Comércio da Colômbia (SIC, na sigla em espanhol) acusou recentemente a Worldcoin de violar as leis do país sobre privacidade de dados. O projeto foi lançado em 2023 e é liderado por Alex Blania e Sam Altman, que também é CEO da OpenAI, a empresa dona do ChatGPT.

De acordo com as autoridades, a empresa Tools for Humanity - dona da iniciativa - recebeu uma notificação da SIC sobre as possíveis violações. O regulador destacou que o aviso é o primeiro do tipo enviado para a empresa, mas pode anteceder acusações formais junto à Justiça do país.

Segundo a SIC, "o objetivo do processo é determinar se a empresa investigada infringiu o regime colombiano de proteção de dados pessoais na coleta de dados pessoais sensíveis em relação à implementação de políticas de processamento de dados pessoais e avisos de privacidade".

A expectativa agora é que o regulador da Colômbia investigue mais a fundo as práticas da Worldcoin. Caso as irregularidades sejam confirmadas, as punições envolvem desde uma suspensão temporária de seis meses nas operações até uma proibição total e definitiva do funcionamento do projeto no país.

O caso se soma a um conjunto de problemas jurídicos que o projeto tem enfrentado ao redor do mundo. No final de julho deste ano, as autoridades da Argentina multaram a Worldcoin em US$ 194 milhões (pouco mais de R$ 1 bilhão, na cotação atual) por violação das leis de proteção de dados.

Em um comunicado, autoridades da província afirmaram que a medida busca "garantir o cumprimento dos direitos dos consumidores" e envolve ainda a exigência para a empresa eliminar "as cláusulas abusivas contidas em seus contratos" de adesão para novos usuários.

O projeto também foi banido na Espanha, com justificativas semelhantes. Em ambas as situações, a Tools for Humanity negou qualquer desrespeito às leis dos países e reforçou que os dados biométricos dos seus usuários são deletados após o registro, sem risco de vazamentos.

A Worldcoin funciona a partir do escaneamento da íris dos usuários por meio do Orb, um equipamento físico. Em troca do registro, os usuários recebem uma quantidade de WLD, a criptomoeda nativa da iniciativa. A operação, porém, levantou preocupações exatamente pela gestão desses dados, que são imutáveis e, portanto, especialmente sensíveis.

Siga o Future of Money nas redes sociais: Instagram | Twitter | YouTube Telegram | TikTok

Acompanhe tudo sobre:Sam AltmanColômbiaCriptomoedas

Mais de Future of Money

Superquarta: Fed anuncia decisão rara e mercado de criptomoedas reage; entenda

"Sistema financeiro da internet vai ser construído em blockchain", diz CEO da Circle

99 usa IA para recuperar mais de 300 mil transações “perdidas” com cartão de crédito

Relação ether/bitcoin cai para menor nível desde 2021: por que isso é importante para investidores?