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Repórter do Future of Money
Publicado em 17 de abril de 2024 às 17h41.
O halving do bitcoin está cada vez mais próximo. Faltam aproximadamente dois dias para o “evento do ano” da criptomoeda. Muito aguardado por investidores e especialistas que se dividem entre o otimismo e a cautela, o halving ainda desperta muita curiosidade. Pensando nisso, os analistas da Mynt, plataforma de criptoativos do BTG Pactual, lançaram um relatório sobre o evento.
Responsável por cortar a emissão do bitcoin pela metade uma vez a cada quatro anos, o halving faz parte da escassez programada do bitcoin. Mas não só isso: ao longo dos anos, criou-se a crença de que o halving ajuda a impulsionar altas significativas do bitcoin para novas máximas.
“O bitcoin, embora não tangível, estabelece seu valor através da escassez, divisibilidade, portabilidade e segurança fornecida pela tecnologia blockchain, de modo que suas percepções de utilidade e potencial futuro conferem valor à criptomoeda, assemelhando-se ao ouro. Assim como o metal precioso, o bitcoin possui uma oferta limitada, estabelecida em 21 milhões de unidades. Essa escassez digital programada e inalterável é uma das principais características que conferem valor ao bitcoin”, explicaram os analistas da Mynt no relatório.
O relatório da Mynt explica que, além do halving, coincidentemente na mesma época em que o evento já ocorreu anteriormente, outros fatores também favoreciam movimentos de alta do bitcoin e de outras criptomoedas.
“Há também o fato curioso de que, embora os halvings reduzam a oferta e possam influenciar o preço da criptomoeda, eles frequentemente coincidem com eventos significativos no mercado cripto”, diz o relatório, disponível na íntegra no site do BTG Pactual.
“Por exemplo, o halving de 2024 ocorrerá no momento que a introdução de ETFs de bitcoin à vista está atraindo bilhões de dólares em influxos de capital. Esses fundos negociados em bolsa nos EUA permitem que grandes instituições invistam diretamente em bitcoin, aumentando a demanda e potencialmente amplificando os efeitos do halving”, acrescentaram os especialistas João Galhardo, Lucas Osório, Lucas Josa e Lucas Costa, que assinam o relatório.
“Além da dinâmica interna de oferta e demanda do bitcoin, fatores do mercado mais amplo também desempenham papéis significativos na valorização da criptomoeda, como o início do ciclo de queda de juros nos Estados Unidos, esperado para junho deste ano”, concluem.
O fato é que após os três últimos halvings, o preço do bitcoin atingiu novas máximas históricas menos de um ano depois. Agora, a principal criptomoeda do mercado já atingiu máximas históricas consecutivas em março, parando em US$ 73 mil, patamar em que já multiplicou de preço 1,4 milhão de vezes desde 2010.
Apesar disso, o relatório da Mynt avisa que movimentos de alta expressivos terem acontecido após halvings não é uma garantia de que o mesmo ocorrerá agora em 2024.
“É importante mencionar que a redução na emissão de novos bitcoins do halving de 2024 pode não apresentar o mesmo impacto que os halvings anteriores. Isso se deve ao fato de o nível inflacionário da blockchain já ter se reduzido significativamente e pelo próximo corte na emissão de novos bitcoins ser menos significativo em relação ao volume de negociações que o mercado apresenta hoje”, destaca o documento.
Os especialistas ainda afirmam que é importante que investidores estejam atentos ao cenário macroeconômico e fiscal dos EUA e o potencial aumento em tensões geopolíticas. Essa semana, o ataque de drones e mísseis do Irã contra Israel ajudou a fazer com que a cotação do bitcoin e das principais criptomoedas despencasse.
Essas questões “deverão oferecer um pano de fundo interessante para a criptomoeda, principalmente na sustentação da tese de que ele pode servir como um ativo de valor em tempos de incerteza econômica e política”, concluiu o relatório.
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