Citi projeta que a tokenização será impulsionada pelas CBDCs (Reprodução/Reprodução)
Redação Exame
Publicado em 21 de agosto de 2023 às 16h44.
Driss Temsamani, diretor de negócios digitais para a América Latina do Citigroup, reforçou na semana passada uma projeção de que as moedas digitais de bancos centrais (CBDCs, na sigla em inglês) vão valer US$ 5 trilhões até 2030. A previsão inclui o Drex, versão digital do real.
O diretor compartilhou a previsão em entrevista ao jornal Valor Econômico. Na visão dele, a economia digital está avançando mais rapidamente que a tradicional, mas ainda enfrenta limites impostos pelo dinheiro físico. Com a tecnologia blockchain, seria possível eliminar essas limitações.
"Enquanto tivermos depósitos baseados em dinheiro físico, a economia digital terá uma limitação para crescer", ressaltou Temsamani. Entretanto, as CBDCs evitariam esse quadro ao oferecerem uma versão digital e respaldada pela tecnologia blockchain para os depósitos.
Nesse sentido, o executivo espera que a criptoeconomia ajude a tirar pessoas da informalidade ao redor do mundo, incluindo na América Latina. Ele acredita que a adoção das CBDCs "não será um problema, pois já estamos acostumados a trocar dinheiro por ativos digitais".
Agora, o desafio será fazer com que as pessoas enxerguem "o mesmo valor na compra de tokens". Outra tendência, segundo o executivo, é que o Drex e outras moedas digitais ajudem na arrecadação de impostos e na inclusão digital e bancária, levando a economia informal para a formalidade.
A projeção do Citi para CBDCs faz parte de um estudo mais amplo divulgado pelo banco em março. Nele, a instituição estimou que o mercado de tokenização de ativos, que envolve o uso da tecnologia blockchain, tem tido uma adoção lenta, mas caminha para um ponto de inflexão que pode levar a uma disparada até 2030.
Isso permitiria que esse mercado atinja um valor total de mais de US$ 5 trilhões até o fim da década apenas com as CBDCs. Para o banco, as CBDCs poderão estar circulando na maior parte das grandes economias do mundo até o fim da década, com várias atuando em segmentos ligados à tokenização.
O relatório destaca ainda que "praticamente qualquer coisa pode ser tokenizada", o que indica o tamanho que esse segmento poderia atingir. A tokenização é um processo de digitalização de ativos a partir da inclusão em uma rede blockchain, facilitando atividades como registros e trocas.
Para Kathleen Boyle, uma das responsáveis pelo relatório, "a adoção bem-sucedida ocorrerá quando a tecnologia blockchain tiver mais de 1 bilhão de usuários que nem percebem que estão usando ela". E a aposta do Citi é que o Drex e as CBDCs, além de ativos tokenizados em jogos e pagamentos via blockchain em redes sociais, serão os responsáveis por esse fenômeno.
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