(Cimed/Reprodução)
A Cimed, terceira maior farmacêutica do Brasil em volume de vendas, conhecida por seu CEO João Adibe Marques, lançou e vendeu todos os NFTs de sua primeira coleção, que faz parte da Fly Now Space Club, uma coletiva criada com o objetivo de investir em pesquisas científicas no espaço. Em entrevista à EXAME, Juliana Felmanas, gerente executiva de planejamento estratégico e RI da empresa, contou mais detalhes do projeto e afirmou: “Não é uma jogada de marketing”.
A ideia surgiu após o lançamento da CimedX no final do ano passado, com o envio de substâncias congeladas para o espaço para estudo. “A gente começou a ficar apaixonado pelo espaço no campo dos estudos, e pela limitação desse espaço no Brasil e no mundo”, explica Juliana.
O Fly Now Space Club, no entanto, pretende ser completamente desvinculado da Cimed com o passar do tempo, funcionando como uma comunidade de interessados em financiar e fomentar pesquisas espaciais. “O NFT vem como uma tecnologia para viabilizar a criação da comunidade e do projeto”, diz a executiva. “A gente começou a entender que isso tem uma força muito maior do que só o core business da Cimed, que poderíamos criar uma comunidade para botar de pé e financiar esses projetos, já que eles servem à comunidade e não só à empresa. Foi aí que veio o estalo de lançar os NFTs. Vemos eles como uma porta de entrada para essa comunidade”, completa.
“Cem por cento das vendas da terça-feira, 5, que se esgotaram, e também as dos próximos drops, vão para exploração do espaço, tirando aquilo que vai pagar o custo da comunidade, que terá uma equipe dedicada totalmente a isso”, complementa.
O primeiro projeto criado pela iniciativa é o Brasil 200, que consiste no envio de uma sonda para a Lua, celebrando os 200 anos da Independência do Brasil. Feita em parceria com institutos e empresas, é capaz de medir a radiação na superfície lunar. O experimento que será embarcado em um rover americano pretende mapear pontos da superfície, trazendo informações essenciais que contribuirão para operações futuras de astronautas, antecipando potenciais problemas de saúde e longevidade devido ao contato permanente com o ambiente hostil encontrado no espaço.
A comunidade, no entanto, ainda não é organizada no formato de DAO. Juliana explica que antes a empresa quer validar a tese: “O conceito ainda não é esse, porque a gente queria antes testar a tese e construir a percepção. O plano para os próximos meses é de construir essa comunidade e depois lançar a DAO. Detentores do NFT já estariam dentro, de acordo com os benefícios de cada um”.
Esses benefícios variam de acordo com a coleção de tokens. Com preços que variam entre US$ 100 e US$ 500, os mais caros podem ganhar uma mentoria com o CEO da Cimed, João Adibe Marques, ou com os Abdala Brothers, uma das maiores produtoras do país. “A coleção já vendida era de 114 astronautas e cinco artes audiovisuais. A ideia é que a próxima chegue ao número de 9.990 astronautas”, explica ela.
“Essas 119 artes foram feitas à mão e são mais raras, enquanto as outras serão geradas aleatoriamente e terão menos benefícios do que as do primeiro drop”, completa. Outros três NFTs foram guardados para sorteios no futuro.
O Fly Now Space Club é o primeiro de alguns projetos da Cimed envolvendo criptoativos, “estamos criando uma área com know-how para poder fazer projetos cada vez maiores e mais ambiciosos”, conta Juliana.
Ela finaliza: “Estamos muito comprados na ideia do Fly Now Space Club. Não é uma jogada de marketing. O que estamos criando é uma comunidade com interesse e poder de tomada de decisão próprios. Não estamos vendendo isso para que o comprador ganhe milhões de reais, mas sim tentando nos desvincular ao máximo do aspecto especulativo e ressaltando ao máximo isso como um projeto de futuro".
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