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Editor do Future of Money
Publicado em 20 de junho de 2025 às 17h13.
Última atualização em 20 de junho de 2025 às 17h42.
O banco central da China anunciou nesta semana a criação de um centro em Xangai que terá como objetivo "globalizar" o e-CNY, também conhecido como Yuan Digital. O e-CNY é a versão digital da moeda chinesa em blockchain, em um dos projetos mais avançados do mundo nessa área.
De acordo com o presidente do Banco Popular da China, Pan Gongsheng, a ideia é promover o uso do Yuan Digital em diferentes operações internacionais. O projeto foi inserido nas oito iniciativas principais que a autarquia planeja para o resto do ano de 2025.
Ao explicar o anúncio, Gongsheng destacou que a união entre tecnologias emergentes e pagamentos transfronteiriços está ganhando escala e velocidade, destacando a adoção acelerada da tecnologia blockchain, das stablecoins — criptomoedas pareadas a outros ativos, em geral ao dólar — e das CBDCs.
As CBDCs são moedas digitais emitidas por bancos centrais. Dentre as grandes economias do mundo, o e-CNY da China é a CBDC em estágio mais avançado, com testes de pilotos envolvendo milhões de chineses. Agora, a ideia é escalar a moeda para o exterior.
"Essas inovações permitem a realização de pagamentos em tempo real, e na prática modificam fundamentalmente a infraestrutura de pagamentos tradicional. Elas conseguem reduzir significativamente a cadeia de pagamentos transfronteiriços", destacou.
Por outro lado, Gongsheng disse que essas mesmas inovações "representam desafios substanciais para a regulação financeira. Tecnologias como contratos inteligentes e finanças descentralizadas vão continuar avançando a evolução do ecossistema de pagamentos transfronteiriços globais".
"A vigilância regulatória continua sendo insuficiente em diversas áreas emergentes das finanças digitais. Para o mercado de criptoativos em rápida expansão e as estruturas regulatórias relacionadas aos riscos climáticos, a coordenação regulatória global é insuficiente, com abordagens regulatórias oscilando drasticamente e sendo excessivamente conduzidas pela política", avalia.
Apesar da China seguir desenvolvendo a sua CBDC, o governo do país mantém uma proibição para o uso e negociação de criptomoedas por chineses, o que também engloba as stablecoins. Os Estados Unidos adotaram uma abordagem oposta, descartando o desenvolvimento de uma CBDC e buscando incentivar as stablecoins pareadas ao dólar.
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