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China intensifica "limpeza" de mineração de criptomoedas e critica gasto de energia

Governo de Pequim, capital do país, anunciou plano que envolve novas ações para encerrar operações de mineração na região

China adotou política linha dura contra criptomoedas (Germán Vogel/Getty Images)

China adotou política linha dura contra criptomoedas (Germán Vogel/Getty Images)

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 5 de fevereiro de 2024 às 11h09.

O governo de Pequim, capital da China, anunciou na última quinta-feira, 1º, que vai reforçar operações para encerrar atividades de mineração de bitcoin e outras criptomoedas na região. O objetivo é reduzir o gasto de energia do segmento, criticado há anos pelas autoridades do país.

O documento divulgado pelas autoridades inclui uma série de medidas anunciadas para aumentar a eficiência energética da capital, reduzir o impacto ambiental de atividades e expandir o uso de fontes renováveis de energia. Entre os setores no escopo do plano, está o de cripto.

As autoridades de Pequim resumiram o objetivo para o segmento como "censurar atividades de mineração de moedas virtuais". Na prática, eles argumentam que estão garantindo a implementação de medidas nacionais, que restringiram a atividade em 2021 e geraram um êxodo de mineradores.

Para os próximos meses, o objetivo é "continuar o trabalho de correção de atividades de mineração de moedas virtuais, fortalecer o monitoramento, análise e classificação de atividades de mineração e resolutamente limpar as atividades de mineração na cidade, de acordo com leis e regulamentações".

Ainda de acordo com o plano, as medidas contra o segmento deverão ser executadas nos próximos meses pela Comissão de Reforma e Desenvolvimento Municipal, Escritório Municipal de Redes de Informação e Centro de Tecnologia Municipal para Economia e Informação.

As ações contra a mineração de criptomoedas fazem parte de um plano voltado para "fortalecer a gestão de conservação de energia em áreas estratégicas", envolvendo também os setores de transporte, construção, petroquímicos e tecnologia da informação.

"A conservação de energia é uma área chave para esta cidade fortalecer a conservação abrangente dos recursos energéticos, um requisito intrínseco para a construção da civilização ecológica e uma tarefa importante para a construção de uma bela Pequim", argumentam as autoridades em um comunicado.

A China chegou a ser a líder mundial de mineração de criptomoedas, abrigando milhares de investidores devido ao custo baixo de energia e facilidade de acesso à tecnologia necessária para executar a atividade. A partir de 2020, quando as criptomoedas tiveram um grande salto de preços, atividade e demanda, o país passou a criticar a atividade, em especial pelo alto gasto energético.

Com a proibição, quase todos os mineradores já deixaram a China. Ao mesmo tempo, o segmento tem buscado aumentar o uso de fontes renováveis de energia como uma forma de lidar com as críticas e evitar problemas em outros países. Dados apontam que as fontes renováveis de energia passaram recentemente a responder por mais de 50% das fontes usadas.

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