China vai usar tecnologia blockchain para registro de identidade (Peng Song/Getty Images)
Repórter do Future of Money
Publicado em 12 de dezembro de 2023 às 11h23.
A China anunciou nesta semana que vai lançar uma iniciativa para registrar as identidades dos mais de 1,4 bilhão de habitantes do país em uma rede blockchain. De acordo com o governo chinês, a tarefa será realizada pela Rede de Serviços Baseada em Blockchain (BSN, na sigla em inglês).
Batizado de "RealDID" (Identidade Real, em tradução livre), o projeto foi idealizado pelo Ministério de Segurança Pública da China com o apoio da BSN, que é uma iniciativa a nível nacional para incentivar a adoção da tecnologia blockchain.
Com o novo serviço, os cidadãos chineses poderão se registrar e entrar em sites de forma anônima por meio de endereços gerados na rede blockchain e chaves privadas, o que poderá permitir uma desconexão entre informações pessoais e dados de transações e outras movimentações bancárias. A ideia, ainda, é facilitar a verificação e comprovação de identidade.
O governo da China destacou que a iniciativa é a primeira do mundo a nível nacional que trabalha com um sistema de identidade descentralizado e atrelado à identificação real das pessoas. O projeto conta ainda com parcerias com as gigantes de tecnologia China Mobile e China UnionPay.
O tema de identidade no mundo digital ganhou destaque na China recentemente. Em outubro, as seis maiores plataformas de redes sociais do país - WeChat, Sina Wiebo, Douyin (equivalente ao TikTok), Kuaishou (equivalente ao Kwai), Bilibili e Xiaohongshu - anunciaram uma obrigatoriedade para que criadores de conteúdo mostram sempre seus nomes verdadeiros e dos seus financiadores.
Além da China, o Brasil também decidiu recentemente usar a tecnologia blockchain para registros de identidade e de dados pessoais dos seus cidadãos. A nova versão da carteira de identidade dos brasileiros conta com várias novidades, incluindo a integração com a tecnologia.
Entre as novidades da nova carteira de identidade estão o fim do número de Registro Geral, o RG, com o CPF passando a ser o único número de identificação e com validade nacional, e a opção de solicitar uma versão digital da carteira, com mesma validade. Além disso, há a previsão de que o sistema que armazena as informações pessoais de cada brasileira seja substituído por uma rede blockchain.
O foco do governo com a nova carteira de identidade é resolver um problema de falta de garantia de validade das informações atualmente. Nesse sentido, a expectativa é que todos os estados do país entrem em uma rede blockchain permissionada que reunirá dados, incluindo o CPF, dos cidadãos.
O Ministério da Gestão afirmou à EXAME que a escolha pela tecnologia blockchain ocorreu por "questões de segurança, rastreabilidade da informação, custos, disponibilidade das consultas, entre outros".
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