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Chão do estúdio do artista Jackson Pollock é transformado em coleção de NFTs

Projeto busca imortalizar local de trabalho do pintor e verba vai ser destinada para funcionamento de museu

Museu de Jackson Pollock vai lançar coleção de NFTs ligada ao artista (Jackson Pollock Studio/Divulgação/Divulgação)

Museu de Jackson Pollock vai lançar coleção de NFTs ligada ao artista (Jackson Pollock Studio/Divulgação/Divulgação)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 20 de julho de 2023 às 15h50.

O pintor Jackson Pollock foi um dos mais influentes e conhecidos artistas do início do século 20, sendo bastante associado ao estilo expressionista abstrato. Falecido em 1956, suas obras até hoje chamam a atenção do público, e agora sua arte será transformada em tokens não-fungíveis (NFTs, na sigla em inglês). Mas não são suas pinturas que ganharão versões digitais.

Na última quarta-feira, 19, a empresa Iconic anunciou o lançamento de uma parceria com o Jackson Pollock Studio para transformar o chão do estúdio do pintor em NFTs. O local ficou famoso por ficar coberto da tinta que caía dos pincéis do artista, no mesmo local em que ele produziu obras como Convergence e Blue Poles.

Localizado em Nova York, o chão do estúdio do artista vai ser transformado em uma série composta de 500 colecionáveis digitais retratando "quatro perspectivas únicas" do ambiente. Cada token será acompanhado de uma versão física impressa, além de serem únicos e numerados pelo Jackson Pollock Studio.

De acordo com o anúncio, os NFTs já estão disponíveis e podem ser adquiridos por 0,8 ether, equivalente a US$ 1.525 considerando a cotação atual. Inicialmente, apenas integrantes do clube de membros da Iconic Moments e colecionadores de outros projetos de NFTs lançados pela empresa poderão realizar as compras.

Finalizada essa etapa, a coleção será aberta para todo o público, podendo ser inclusive adquirida por meio de cartão de crédito, sem a necessidade de usar criptomoedas. O esforço faz parte de uma necessidade defendida pela Iconic Moments de lançar os registros tanto para "colecionadores ligados ao digital" quanto os mais tradicionais.

O chão do estúdio do artista faz parte do museu dedicado a Pollock, aberto no final dos anos 1980. Anteriormente, os registros no chão também forma usados em uma coleção lançada pela marca Crocs em 2013, mas a nova versão com os NFTs é mais "fiel" às imagens no chão.

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Pollock e arte digital

O dinheiro arrecadado com as vendas será usado para a manutenção do museu. Além disso, a parceria inclui uma segunda fase, com o lançamento de tokens no blockchain do bitcoin por meio do protocolo Ordinals, que se tornou uma febre no mundo cripto durante o primeiro semestre deste ano.

O projeto também deve incluir colaborações com três artistas digitais para produzir obras de artes que façam homenagens e recriações do trabalho de Jackson Pollock. Um dos artistas escolhidos é Lucréce, que já teve obras vendidas nas casas de leilão Christie's e Sotheby's.

Em entrevista ao site Decrypt, a diretoria do Jackson Pollock Studio, Helen Harrison, afirmou que as técnicas usadas por Pollock eram semelhantes às usadas atualmente por artistas digitais, que buscam desafiar as fronteiras da arte. Lembrando uma frase de Pollock, ela disse que "cada era encontra sua própria técnica" e que, caso estivesse vivo, o artista "provavelmente" estaria trabalhando com arte digital, porque "é o tipo de inovação que chamava a atenção dele".

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