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CEO da BlackRock, Larry Fink diz que bitcoin é "ouro digital" e defende ativo

Executivo defendeu ETF de preço à vista da criptomoeda como uma forma de democratizar o acesso para investidores

Larry Fink, CEO da BlackRock, defendeu o bitcoin em entrevista (Bloomberg / Colaborador/Getty Images)

Larry Fink, CEO da BlackRock, defendeu o bitcoin em entrevista (Bloomberg / Colaborador/Getty Images)

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 6 de julho de 2023 às 11h04.

Larry Fink, fundador e CEO da BlackRock, defendeu o bitcoin em uma entrevista na última quarta-feira, 5, destacando o potencial que a criptomoeda possui como um ativo de proteção contra a inflação. Ao mesmo tempo, o executivo da maior gestora do mundo, que possui US$ 10 trilhões em seu portfólio, destacou a necessidade de simplificar o acesso a esse ativo.

Durante sua participação no canal Fox Business, o executivo foi questionado sobre o pedido da BlackRock junto à Comissão de Valores Mobiliários  dos Estados Unidos (SEC, na sigla em inglês) para lançar um fundo negociado em bolsa (ETF) que acompanharia o preço à vista do bitcoin. Até o momento, os EUA não possuem um produto de investimento desse tipo.

Fink destacou que "nós tentamos fazer o que é correto para os investidores de longo prazo, e nós temos um bom histórico de trabalho com os reguladores para tentar garantir que estamos pensando em todos os problemas de qualquer solicitação. Trabalhamos bem de perto com os reguladores, e queremos saber quais são as questões deles e como resolvê-las".

Apesar de não saber quando o pedido poderá ser aprovado ou rejeitado, o CEO da BlackRock reforçou que a gestora acredita na "digitalização de produtos". Ele afirmou que os próprios ETFs foram uma "grande revolução" no mercado financeiro e que, agora, o bitcoin e a tokenização de ativos como um todo poderão ser a nova revolução nas finanças.

Para isso, porém, ele defendeu que é preciso democratizar e reduzir o custo de investimento na criptomoeda: "É preciso tornar mais acessível, fácil de investir, tornar cripto mais democratizada e barata para os investidores". Na visão dele, atualmente ainda é caro transacionar com o bitoin, mas ele espera que "os reguladores vejam os pedidos [de ETFs] como uma forma de democratizar as criptomoedas".

Fink contou que era inicialmente cético em relação às criptomoedas, principalmente pelo fato de alguns usuários iniciais terem usado esses ativos em atividades ilícitas. Entretanto, a popularização desse mercado fez o executivo mudar de ideia. Ele destacou que o bitcoin tem o papel de "digitalizar o ouro", oferecendo uma alternativa de investimento de proteção contra a inflação e desvalorização de moedas.

"O bitcoin é um ativo internacional, não é baseado em nenhuma moeda, então ele pode representar um ativo que as pessoas podem usar como uma alternativa", explicou o CEO da BlackRock. Ele disse ainda que a tecnologia blockchain é "fantástica" e que ela vai ajudar a acelerar e identificar transações, o que deve tirar a necessidade de intermediários e custodiantes. Entretanto, avaliou que o mercado "ainda não está perto disso".

ETF de bitcoin

Além da BlackRock, diversas gestoras entraram com pedidos para lançarem ETFs de preço à vista do bitcoin nos Estados Unidos, incluindo a Ark Invest e a Fidelity. Atualmente, a SEC permite apenas o lançamento de ETFs de contratos futuros da criptomoeda, mas investidores acreditam que um fundo à vista poderia atrair mais investidores.

Os ETFs são considerados uma forma mais acessível e segura de investir em ativos, e por isso há a expectativa de que a aprovação pela SEC, somada ao respaldo de uma gestora como a BlackRock, ajudaria a atrair mais investidores para o mercado cripto e aumentar a adoção desses ativos, em especial do bitcoin, contribuindo também para a valorização da criptomoeda.

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