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Com o intuito de promover a inovação nos meios de pagamento, aproveitando alguns dos conceitos e tecnologias que foram introduzidos pelas criptomoedas, bancos centrais de vários países como Israel e França, têm trabalhado no desenvolvimento de suas próprias moedas digitais, que estão sendo apoiadas pelo BIS.
Por meio de um relatório publicado nesta quarta-feira, 23, o Banco de Compensações Internacionais explicitou um pouco mais sobre a visão da instituição sobre as CBDCs. Intitulado de “CBDCs: uma oportunidade para o sistema monetário”, o documento divulgado pelo BIS salientou que as moedas digitais emitidas por bancos centrais são uma representação avançada do dinheiro para a economia digital, acrescentando que este tipo de ativo oferece grandes vantagens em relação à liquidação e integridade das transações.
Para o BIS, as CBDCs representam a geração mais avançada dos sistemas de pagamento instantâneos de varejo, que podem contribuir para a inovação no sistema monetário, dado que a sua implementação pode auxiliar o aumento do acesso ao sistema financeiro, diminuindo os custos para os participantes, melhorando os serviços e a segurança de seus dados. Além disso, o BIS destacou que as CBDCs podem melhorar o sistema de pagamentos internacionais, entretanto, para que isso ocorra de fato, a instituição acredita que seja necessária uma cooperação internacional entre os bancos centrais.
Em linha com o posicionamento do BIS e vislumbrando os benefícios que podem ser entregues com a implementação de uma CBDC, o Banque de France anunciou nesta segunda-feira, 21, a finalização do teste de liquidações internacionais feito com a CBDC francesa, que foi realizado em parceria com o Seba Bank, um banco suíço que fornece serviços com criptomoedas e, com outros dois bancos de Luxemburgo.
Para Nathalie Aufauvre, diretora geral de estabilidade financeira e operações do Banque de France, o experimento permitiu uma demonstração clara das possibilidades criadas a partir da interação entre infraestruturas convencionais e distribuídas. Além disso, Nathalie ressaltou que o teste “também pavimenta o caminho para outras alianças a fim de se beneficiarem das oportunidades que são fornecidas pelos ativos ativos financeiros em um ambiente blockchain”.
Também em fase de testes, o governo de Israel anunciou nesta quarta-feira, 23, que conduziu com sucesso um teste piloto de sua CBDC, o shekel digital. De acordo com o o anúncio feito por Andrew Abir, vice-presidente do Banco de Israel, a primeira rodada de testes da moeda digital foi realizada na blockchain do Ethereum, e foi concluída com sucesso, culminando na emissão da primeira primeira versão do shekel digital.
Para o governo isralense, é fundamental conduzir a digitalização do sistema financeiro com uma moeda que seja emitida e controlada pelo seu Banco Central, para que seja possível atender a demanda da população por moedas e métodos de pagamentos digitais, evitando uma possível substituição da moeda nacional por criptomoedas.
No Brasil, o desenvolvimento de uma versão do real digital também têm ganhado força nos últimos meses, principalmente após a divulgação das diretrizes iniciais para a moeda digital brasileira. No fim de maio, o Banco Central do Brasil emitiu um comunicado abordando as discussões iniciais para o desenvolvimento e emissão de sua própria CBDC, visando acompanhar a evolução tecnológica da economia, além de aumentar a eficiência dos pagamentos, principalmente em transações transfronteiriças.
No curso "Decifrando as Criptomoedas" da EXAME Academy, Nicholas Sacchi, mergulha no universo de criptoativos, com o objetivo de desmistificar e trazer clareza sobre o seu funcionamento. Confira.