(SOPA Images / Colaborador/Getty Images)
Gabriel Rubinsteinn
Publicado em 23 de novembro de 2020 às 19h08.
Última atualização em 23 de novembro de 2020 às 20h02.
O governo chinês anunciou nesta segunda-feira (23), que está se preparando para dar início à segunda fase de testes da sua CBDC, que ficou conhecida mundialmente como o yuan digital.
CBDC é a sigla para "Central Banks Digital Currencies", ou "Moedas Digitais Emitidas por Bancos Centrais", na tradução livre. A ideia deste tipo de projeto é criar uma versão digital da moeda nacional, como parte do movimento de digitalização financeira e fim do dinheiro físico, que foi acelerado pela pandemia do novo coronavírus.
A China foi a primeira grande potência econômica a desenvolver uma CBDC, mas países como EUA, Reino Unido e o Brasil já têm projetos avançados sobre o tema. Presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto afirmou recentemente que "o 'real digital' deve acabar com o dinheiro físico no futuro".
No caso chinês, o projeto do yuan digital já está bastante avançado, tendo inclusive passado por uma fase de testes práticos, em que cidadãos chineses selecionados através de sorteio receberam 200 yuans digitais para gastar como quisessem. Ao todo, foram distribuidos 10 milhões de yuans para 50 mil pessoas, algo como 8 milhões de reais na cotação atual.
A segunda fase de testes, que começa no dia 12 de novembro, será nos mesmos moldes do primeiro. A cidade de Suzhou foi escolhida para a ação. Segundo o jornal local "The Paper", muitos estabelecimentos comerciais locais já receberam a tecnologia que permite receber pagamentos com o yuan digital — máquinas POS com tecnologia NFC. Não se sabe, ainda, quantos yuans serão distribuídos ou quantas pessoas serão selecionadas desta vez.
A expectativa com a digitalização do dinheiro da segunda maior economia do mundo é alta. Na última semana, o banco Goldman Sachs emitiu relatório em que afirma que, em 10 anos, a CBDC chinesa será utilizada por 1 bilhão de pessoas e deve movimentar mais de 2,7 trilhões de dólares por ano, sendo responsável por 15% dos pagamentos digitais na China, que tem hoje um dos mercados mais concorridos do mundo, com gigantes como Alipay e WeChat como principais players.