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Casa de câmbio, fundo, criptomoedas: qual é a melhor forma de dolarizar os investimentos?

Os caminhos diversos para investir na moeda americana podem confundir investidores; descubra qual é o melhor para você

 (Reprodução/Reprodução)

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Mariana Maria Silva
Mariana Maria Silva

Repórter do Future of Money

Publicado em 2 de junho de 2023 às 17h31.

Última atualização em 2 de junho de 2023 às 17h41.

Além de ser a moeda utilizada nos Estados Unidos, o dólar americano também é uma das opções de investimento mais procuradas em todo o mundo. Isso porque investir na moeda da maior economia do mundo pode ser uma boa oportunidade de lucrar e se proteger contra momentos de crise. Atualmente, os caminhos para investir em dólar são vários e vão desde as famosas casas de câmbio até fundos cambiais e criptomoedas.

Na hora de escolher qual caminho seguir, é comum que investidores se deparem com uma série de informações que nem sempre facilitam a decisão. Praticidade, rentabilidade, taxas e investimento mínimo, por exemplo, são fatores que precisam ser levados em consideração antes de escolher a forma de investir em dólar.

Comprar dólar em uma casa de câmbio pode soar mais fácil para aqueles que ainda estão conhecendo a opção de investimento, mas a modalidade apresenta restrições, como a janela de negociação, e uma cotação mais cara, do dólar turismo.

Já os derivativos, por outro lado, são mais burocráticos e costumam exigir um grau de conhecimento maior sobre o seu funcionamento. As criptomoedas também embarcaram na modalidade de investimento com as chamadas stablecoins, que prometem praticidade e taxas mais baixas.

“Hoje em dia, apesar de o mercado já possuir instrumentos de acesso como papel espécie, derivativos, futuros e fundos, sendo esse último na ordem de R$ 8 bilhões, eles muitas vezes possuem um alto grau de complexidade e custos elevados”, comentou Marcel Monteiro, head de operações da Mynt, plataforma cripto do BTG Pactual.

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Confira abaixo as principais formas de investir em dólar e como elas funcionam:

Casa de câmbio e conta internacional

Para comprar dólar em uma casa de câmbio, geralmente é preciso comparecer ao estabelecimento, apesar de algumas casas já oferecerem a entrega das cédulas via transportadora. Também é necessário esperar a janela de negociação em horário comercial e comprar o dólar turismo, que possui uma cotação mais cara.

A flexibilidade de valor e prazo é alta e a liquidez é imediata, com um IOF de 1,1%. O dólar em espécie é tributado a partir US$ 5 mil no ano, com uma tributação partindo de 15% para ganhos até US$ 5 milhões e podendo chegar a 22,5% acima de US$ 30 milhões.

Plataformas como Avenue e Nomad oferecem contas internacionais para investir em dólar com acesso 24h, por exemplo, mas a sua obtenção não é imediata. O IOF pode variar de 0,38% a 1,1%.

Fundo cambial

Os fundos cambiais não exigem que você tenha uma conta internacional, mas possuem horário de investimento até as 14h e exigem um valor de entrada maior para quem deseja investir em dólar.

O foco é a proteção de patrimônio e os lucros são divididos proporcionalmente de acordo com a quantidade de cotas de cada investidor.

A disponibilidade não é imediata e existe uma taxa de administração sobre todo o montante, independente do desempenho. Caso haja lucro, também é aplicada a taxa de performance.

Além disso, nos fundos cambiais, a tarifa de tributação varia entre 22,5% a 15% dependendo do valor, mas há a aplicação do chamado "imposto come-cotas" semestralmente.

Derivativos

Os derivativos são ativos vinculados a outros ativos — no caso o dólar — e exigem um conhecimento prévio ainda maior antes de investir.

Mais burocráticos, eles funcionam como um contrato financeiro entre duas partes e possuem um alto valor de entrada e pouca flexibilidade de valor e prazo, apesar de possibilitar alavancagem e arbitragem. A tributação é fixa de 15%, independentemente do ganho.

Criptomoedas

As stablecoins são criptomoedas lastreadas em ativos estáveis, como moedas fiduciárias e o ouro, por exemplo. Pensando nas stablecoins que replicam o valor do dólar, a sua emissão se dá através de reservas reais de dólar. Ou seja, o emissor de uma criptomoeda precisa, em tese, ter uma reserva de US$ 1 milhão para emitir 1 milhão de unidades da criptomoeda.

Elas foram criadas pensando em permitir a interação entre o sistema tradicional e a nova economia digital, permitindo que o investidor compre dólar a qualquer momento, com disponibilidade imediata, sem valor mínimo de entrada e com a cotação do dólar comercial.

As mais conhecidas são o USDT, emitida pela Tether e o USDC, da Circle. No entanto, os emissores citados já enfrentaram problemas no passado. A quebra de bancos nos EUA, por exemplo, provocou risco de insolvência no USDC, que tinha parte de suas reservas em algumas das instituições falidas e viu o seu preço, que deveria ser sempre de 1 dólar, chegar a US$ 0,83.

A Tether, que emite o token USDT, também já enfrentou um longo e caro processo nos EUA, além de conviver com questionamentos sobre a legitimidade de suas reservas e uma suposta falta de transparência sobre onde estão alocados os US$ 26,5 bilhões arrecadados com as emissões de tokens USDT.

No Brasil, as stablecoins são as criptomoedas mais negociadas, com 9 vezes o volume do bitcoin, segundo dados da Receita Federal.

O banco BTG Pactual lançou recentemente o BTG Dol, sua própria stablecoin lastreada em dólar. A custódia do lastro é feita pelo banco, que, segundo o próprio BTG Pactual, garante e faz a gestão do mesmo, conferindo todo o arcabouço de segurança para o ativo, como processos de “due diligence”, contra lavagem de dinheiro e de compliance.

"O fato de ser emitida em blockchain por uma empresa de capital aberto, que é rigidamente regulada por órgãos do mercado tradicional, garante camadas de segurança pouco comuns no mercado cripto, oferecendo aos investidores que buscam exposição ao dólar uma alternativa não apenas prática, mas muito confiável" disse Marcel Monteiro, head de operações da Mynt, plataforma cripto do BTG.

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