CEO da ConsenSys teria vendido 10% da empresa ao banco JPMorgan (salarko/Getty Images)
Cointelegraph Brasil
Publicado em 8 de março de 2022 às 09h30.
Após uma semana conturbada para a ConsenSys, principal provedor de software e mantendor da infraestrutura operacional da rede Ethereum, o fundador e CEO da Cardano, Charles Hoskinson, questionou o grau de descentralização da rede em uma publicação no Twitter.
Just want to point out that J.P. Morgan does not own any critical Cardano Infrastructure https://t.co/SrEyVRehop
— Charles Hoskinson (@IOHK_Charles) March 4, 2022
"Só quero salientar que o J.P. Morgan não é detentor de nenhuma infraestrutura importante da Cardano", publicou Charles Hoskinson.
A postagem do fundador da Cardano fez referência a notícia divulgada na última quinta-feira, 3, de que um grupo que alega representar 35 ex-funcionários da ConsenSys AG (CAG) solicitou uma auditoria sob o Código Suíço de Obrigações para investigar “irregularidades graves” que teriam ocorrido em agosto de 2020 envolvendo a empresa responsável pela MetaMask, carteira digital mais utilizada do mundo para acessar e realizar transações na rede Ethereum.
De acordo com a petição, os ex-funcionários alegam que “propriedades intelectuais fundamentais e subsidiárias foram transferidas ilegalmente” da ConsenSys AG para uma nova entidade, chamada “ConsenSys Software Incorporated” (CSI) em 14 de agosto de 2020. Ambas as empresas teriam Joseph Lubin, que também é um dos cofundadores da Ethereum, como principal acionário, e a transferência reportada teria prejudicado os acionistas minoritários.
O pedido de auditoria afirma que as propriedades intelectuais foram transferidas para a “ConsenSys Software Incorporated (CSI), em troca de 10% de propriedade e a compensação de um empréstimo de US$ 39 milhões do fundador Joseph Lubin." O grupo alega que vários itens foram sub-precificados durante o processo.
O acordo ainda teria resultado na aquisição de 10% sobre a ConsenSys pelo banco de investimentos JP Morgan Chase, fato a que Hoskinson se referiu em sua postagem. Indiretamente, tanto a rede Ethereum, cuja infraestrutura de operação depende da Infura, outra empresa vinculada à ConsenSys, quanto a carteira digital MetaMask teriam a descentralização comprometida em função do acordo, como deixou implícito o fundador da Cardano.
No mesmo dia que a notícia do pedido de auditoria veio à tona, um episódio de bloqueio aos usuários venezuelanos da MetaMask maculou a suposta descentralização da carteira digital, embora a ConsenSys tenha justificado o problema a uma reconfiguração acidental de atualizações que acabaram sendo "mais abrangentes do que precisavam ser" para atender as "novas diretrizes referentes às sanções impostas pelos EUA e outras jurisdições".
Ou seja, as empresas atribuíram o bloqueio à necessidade de atender a demandas legais decorrentes das sanções impostas pelas potências ocidentais à Rússia em função da guerra na Ucrânia, gerando controvérsia e reclamações de seus usuários.
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