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Cancelada em 2023, Virada Cultural no Metaverso ainda pode acontecer, diz secretário de SP

Secretário adjunto de Cultura diz que “faltou educação sobre a tecnologia” para evento online que foi cancelado; município ainda quer investir no metaverso e na tokenização de museus e bibliotecas

 (Reprodução/Reprodução)

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Mariana Maria Silva
Mariana Maria Silva

Repórter do Future of Money

Publicado em 4 de junho de 2023 às 11h00.

Na última sexta-feira, 2, durante um painel no evento NFT Brasil, o Secretário Adjunto da Secretaria de Cultura do Município de São Paulo comentou sobre a Virada Cultural no Metaverso, proposta para a edição do evento deste ano que foi cancelada e gerou debates entre políticos, artistas e o público.

“Na parte da política pública as vezes a legislação é meio inimiga do inédito. Tentamos fazer a Virada Cultural no Metaverso, que iria proporcionar que um milhão de pessoas assistissem ao evento, mas não deu certo porque faltou um pouco de educação sobre a tecnologia”, disse Bruno Santos. O projeto foi cancelado após o Tribunal de Contas do Município apontar irregularidades.

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A Virada Cultural no Metaverso tinha um orçamento de mais de R$ 10 milhões para acontecer, levando os eventos clássicos da Virada Cultural para o mundo digital. Políticos como o deputado federal Guilherme Boulos, do PSOL, estiveram entre os principais críticos do projeto.

Além disso, o público teria associado os recentes ataques à mão armada em escolas paulistanas com o metaverso, segundo Bruno Santos. “As pessoas começaram a associar os ataques em escolas com o metaverso e criticar a Virada”, disse.

No entanto, a Secretaria de Cultura ainda teria planos ambiciosos para trazer o evento para o metaverso em uma oportunidade futura. Mas antes disso, educar a população sobre as novas tecnologias é essencial, pontuou Bruno durante o painel “Desafios das organizações na era da tokenização”.

“Temos que conversar, porque se não for assim em 2006 ninguém teria feito a primeira edição da Virada Cultural. Era inédito e alguém deixou. Acho que falta mostrar para as pessoas que esse é o próximo passso. Não tem como fugir e quem estiver na frente vai se beneficiar. Queremos mostrar para os artistas e produtores culturais os benefícios”, disse Bruno.

O Secretário Adjunto ainda assumiu que parte da culpa é da prefeitura em não ter iniciativas para educar a população e o jurídico sobre a nova tecnologia do metaverso. “Temos que descomplicar e isso é um pouco culpa nossa mesmo”.

O metaverso pode integrar a nova fase da internet, chamada de Web3, que engloba a tecnologia blockchain, NFTs, entre outros. Segundo Bruno Santos, esta seria a evolução de tecnologias que já conhecemos, como a internet e os aplicativos.

“Temos internet, smartphones, aplicativos, esse é o próximo passo e não tem nada de errado a Prefeitura se associar a isso”, disse.

A Prefeitura do Rio de Janeiro, que anuncia há um tempo suas intenções de se tornar o principal centro de cripto do Brasil, pode enfrentar forte concorrência de São Paulo.

Michael Cerqueira, da SP Negócios, também participou do painel. Durante o bate-papo, os participantes riram em concordância quando Michael disse que “os nossos colegas do Rio de Janeiro dizem que são o hub cripto brasileiro, mas a concentração está aqui”.

Tokenização de bibliotecas e museus

Outro objetivo abordado por Bruno Santos durante o painel foi a tokenização do acervo cultural paulistano, que poderia fazer com que livros e obras de arte chegassem à mais pessoas e até mesmo rompessem barreiras geográficas.

“Queremos tokenizar o nosso acervo. Temos livros de 1812 que foram tombados na Biblioteca Mário de Andrade. E vamos tokenizar para isso ficar lá para sempre. A gestão pública é fazer as coisas chegarem para todos”, disse.

A tokenização das obras de arte do Museu de Arte de Rua (MAR) também está nos planos. “Temos um ano e meio de mandato e queremos tokenizar o MAR. Apresentamos esse projeto em Berlim e eles amaram”, explicou.

“7% do nosso PIB é cultura. Imagina se a gente conseguir fazer isso chegar no mundo inteiro. Imagina quantos porcento do PIB seria”, concluiu o Secretário Adjunto de Cultura.

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