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Campos Neto aponta problema de crédito previsto em 2020 para ativos digitais, com Drex como solução

Drex, que anunciou reformulação de lançamento, pode ser solução para problema de desintermediação da função crédito de bancos

Roberto Campos Neto, presidente do BC: (Ton Molina/Bloomberg via /Getty Images)

Roberto Campos Neto, presidente do BC: (Ton Molina/Bloomberg via /Getty Images)

Mariana Maria Silva
Mariana Maria Silva

Editora do Future of Money

Publicado em 24 de setembro de 2025 às 12h16.

Última atualização em 25 de setembro de 2025 às 09h38.

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O Drex, projeto do Banco Central que prevê a criação de uma nova infraestrutura para as finanças digitais do Brasil, anunciou recentemente uma mudança de planos para um primeiro lançamento em 2026 sem o uso da tecnologia blockchain, antes prevista para a ser a sua base. Apesar disso, Roberto Campos Neto, ex-presidente do Banco Central e atual vice-chairman e chefe de políticas públicas do Nubank, continua otimista com a tecnologia.

Durante uma participação no evento Digital Assets Conference 2025, organizado pelo Mercado Bitcoin, o executivo comentou sobre as stablecoins, também conhecidas como "dólar digital" e outros ativos. Para Campos Neto, o avanço de ativos digitais como as stablecoins pode representar um problema de desintermediação de crédito para os bancos, que pode ser resolvido com o Drex:

Problema de crédito com ativos digitais

"Token Deposits são a solução que a gente tem para esse mundo que vai ser cada vez mais digitalizado com ativos digitais, mas que você precisa ter a função de crédito do outro lado. E as stablecoins começaram a crescer primeiro em mercados emergentes, mas agora como corredor de remessas financeiras em outros lugares. E aí você tem essa segunda parte de 'desrupção', que é você estar dolarizando algumas economias que não são dolarizadas. Então quando você pega essa desintermediação de bancos, mais essa dolarização, você não só está 'desintermediando' a função crédito, você também está intermediando a política monetária", explicou Campos Neto.

O ex-presidente do Banco Central ainda comentou que as stablecoins são um "presente" para a Tesouraria dos EUA, já que a maioria dessas moedas mantém seu lastro através de reservas de títulos do Tesouro norte-americano.

"Porque o canal de política monetária funciona através do crédito, e se você tem cada vez menos a sua moeda como canal de crédito, e cada vez menos o dinheiro como depósito, você cada vez tem menos capacidade de fazer política monetária. Então isso é uma preocupação muito grande. Eu acho que vai ser, nos próximos seis meses eu vou fazer uma televisão, que vai ser o tema principal de debates no mundo de bancos centrais" disse Campos Neto durante um painel no Digital Assets Conference 2025.

Drex como solução

"Lá em 2020, a gente já enxergava que iria ter esse problema que a gente acabou de dizer que tem hoje, que é esse programa da desintermediação dos bancos. E o Drex, na verdade, já nasce resolvendo esse problema, porque você dá a capacidade dos bancos de terem tokens de dinheiro e emitir crédito em cima desses tokens", explicou o ex-presidente do Banco Central, agora vice-chairman e chefe de políticas públicas no Nubank.

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