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BTG Pactual e Itaú realizam primeira transferência entre bancos no piloto do Drex

Em etapa importante no desenvolvimento da versão digital do real, instituições conseguiram transferir valores tokenizados

Drex tem previsão de lançamento para o público no fim de 2024 (Reprodução/Reprodução)

Drex tem previsão de lançamento para o público no fim de 2024 (Reprodução/Reprodução)

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 31 de agosto de 2023 às 11h21.

Última atualização em 31 de agosto de 2023 às 11h22.

O BTG Pactual e o Itaú Unibanco deram mais um passo importante no processo de desenvolvimento do Drex, a versão digital do real. Os dois bancos, que estão entre os maiores do Brasil, estão participando dos testes com um piloto da moeda digital de banco central (CBDC) e realizaram recentemente a primeira transferência interbancária na rede do projeto.

A informação foi confirmada pelas instituições ao Valor e à EXAME. A transferência envolveu uma versão tokenizada de reservas do BTG Pactual que foram enviadas para uma carteira digital do Itaú. Em seguida, o Itaú retornou essas reservas para o BTG.

Ao Valor, o chefe da Itaú Digital Assets, Guto Antunes, afirmou que "foi a primeira troca na camada interbancária do real digital". As transferências ocorreram em cinco segundos, seguindo os padrões definidos pelo Banco Central, e serviram para "tangibilizar operações básicas" envolvendo a plataforma do Drex.

O Itaú Unibanco foi a primeira instituição participante da fase piloto da CBDC brasileira a criar um nó na rede blockchain Hyperledger Besu, a escolhida para esta etapa de testes. O BTG Pactual também já criou o seu respectivo nó na rede, possibilitando as transferências.

André Portilho, chefe da área de Digital Assets do BTG Pactual, destacou à EXAME que "o Drex é um importante avanço para a economia brasileira e estamos comprometidos a trabalhar para a sua evolução". Ao todo, 16 propostas de empresas individuais e consórcios foram escolhidas pelo Banco Central para participar do piloto do Drex.

Recentemente, a autarquia anunciou que postergou o fim da fase do piloto para maio de 2024. O Banco Central atribuiu a decisão a alguns imprevistos nesta etapa, envolvendo três fatores: "a necessidade de evolução e amadurecimento das soluções de privacidade ora disponíveis no mercado", "a necessidade de revisão da largura de banda disponível para parte dos participantes" e "a mobilização de pessoal no movimento de valorização da carreira do BC".

O atraso, entretanto, não restringiu as atividades dos participantes do piloto do Drex, como mostra o anúncio do BTG Pactual e do Itaú Unibanco. Nele, serão testados elementos como a segurança do projeto, a escalabilidade da rede escolhida e a privacidade de dados dos usuários.

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Qual será o uso do Drex?

A expectativa do Banco Central é que o Drex crie uma nova infraestrutura de funcionamento do mercado financeiro, simplificando diversas operações entre instituições. Com a tecnologia blockchain, é possível dar mais transparência e eficiência a transferências e outras movimentações.

A principal vantagem que o Drex terá é a chamada programabilidade, em especial para operações financeiras, incluindo as realizadas por grandes agentes do mercado e envolvendo montantes maiores de dinheiro. Com isso, será possível usar contratos inteligentes de blockchains não apenas para definir quando uma transação ocorrerá, mas também estabelecer condições prévias que precisam ser cumpridas para que essa transação ocorra.

Outra vantagem trazida pelo projeto é o incentivo à tokenização de ativos, partindo da própria moeda brasileira. A CBDC é vista pelo Banco Central como uma alternativa mais segura e regulada para ser usada nas transações envolvendo tokens, o que deve ajudar a atrair agentes do mercado mais tradicionais que, no momento, tem receio de entrar no segmento e precisar usar stablecoins, que são privadas.

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